Neste mês se realiza a campanha do Setembro Amarelo, que visa prevenir o suicídio. No mundo dos games, alguns jogos já se arriscaram em ter a depressão e a ansiedade como pautas do enredo. Pensando nisso, o Game On separou quatro jogos que podem te ajudar a entender o processo depressivo e que abordaram o tema de forma responsável.
Vale ressaltar que, caso você esteja passando por um momento destes em sua vida, é recomendado que você converse com um profissional da saúde. Além disso, no Brasil, é possível ligar para o número 188 para entrar em contato com o Centro de Valorização da Vida (CVV) e buscar ajuda.
Celeste
Celeste é um jogo desafiador de plataforma 2D que mostra uma premissa simples em seu enredo. A protagonista Madeline é uma jovem que tem como missão escalar uma montanha que leva o nome do jogo. Contudo, se o objetivo parece simples, o jogo trabalha toda essa jornada com um subtexto que deixa claro que Madeline está enfrentando problemas no seu íntimo que muito se parecem com escalar uma montanha gigantesca.
Através da linguagem do videogame, Celeste é uma bela obra para ajudar a entender como funciona a cabeça de alguém que está passando por uma crise depressiva. Isso fica muito claro em momentos como os que Madeline conversa com uma pessoa e diz que sabe que está em perigo, mas que não entende muito bem o que está acontecendo. A linguagem, bem como a gameplay, fizeram Celeste se destacar como um dos melhores indies de 2018.
Life is Strange: Before the Storm
Os jogos da franquia Life is Strange se destacaram desde o primeiro por abordar temas delicados com a atenção e empatia necessária. Neste cenário, Life is Strange: Before the Storm chegou em 2017 e aborda a história de Chloe Price, uma personagem que lida com uma forte depressão após perder seu pai.
No jogo, somos nós quem tomamos as decisões por Chloe, o que faz com que Before the Storm mostre quão complicadas coisas pequenas podem ser na cabeça de alguém que enfrenta um episódio depressivo. Além de ajudar a esclarecer o tabu da doença, o game coloca de forma ativa o espectador na pele de um adolescente em uma situação de agonia.
Gris
Gris é uma belíssima experiência narrativa e de forma colorida consegue explorar temas complicados, como depressão, mas de uma forma existencialista. A protagonista entra em uma jornada para recuperar suas memórias, conseguir se reformular e então seguir em frente.
Utilizando principalmente as cores, a história de Gris apresenta as representações dos estágios do luto. Ou seja, negação, raiva, barganha, depressão e aceitação, nesta ordem. Entretanto, por apresentar uma narrativa sem dialógos e sim simbolismos, Gris consegue fazer o jogador pensar nos problemas da personagem de uma forma muito mais íntima, o que traz um entendimento maior das etapas do luto.
Hellblade Senua's Sacrifice
Hellblade Senua's Sacrifice foi lançado em 2017 e é bem direto ao te colocar na pele de Senua, uma mulher esquizofrênica. Utilizando recursos gráficos e sonoros, o game faz com que você pense, veja e escute como Senua, fazendo com que você passe por uma jornada de humanizar e compreender a cabeça de uma personagem que sofre com transtornos psicológicos.
Neste caso, Hellblade aborda de forma mais precisa a esquizofrenia da personagem. Ainda assim, este distúrbio causam efeitos como ansiedade e até crises depressivas em Senua. E, de forma geral, o game da Ninja Theory faz um belo trabalho abordando um tema complicado, mas de forma responsável.