Final Fantasy VII mudou para sempre a história da franquia da Square. E para entender o impacto do jogo, é preciso voltar alguns anos no tempo e conhecer o contexto único que permitiu isso.
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Lançado em 1997 para PlayStation, Final Fantasy VII é um dos jogos mais populares da história e continua dando origem a notícias e histórias após mais de 27 anos desde sua estreia no primeiro console da Sony. Seja a versão original, alguns dos relançamentos posteriores, ou até mesmo o remake, cuja segunda parte, Final Fantasy VII Rebirth – que inclusive terá lugares inéditos para serem explorados –, tem lançamento previsto para fevereiro, a saga de Cloud Strife e seu antagonista Sephiroth ainda é a mais popular de toda a série, que já conta com 16 entradas principais – a última delas, um dos melhores jogos de 2024.
Mas afinal, o que torna Final Fantasy VII tão especial?
Fantasia em 3 dimensões
Após o lançamento de Final Fantasy VI (ou FF III na versão ocidental) para Super Famicom, a indústria passou por uma mudança de geração definitiva: os gráficos 2D de SNES e Mega Drive deram lugar à era 3D com PlayStation e Sega Saturn. A Square, por sua vez, teve a difícil missão de definir qual caminho seguir com Final Fantasy.
A história é conhecida: em um movimento que chocou o mundo na época, a Square assinou um contrato de exclusividade com a Sony, o que levou a Nintendo, sua antiga parceira, a romper relações por vários anos. A grande capacidade de armazenamento do CD-ROM, grande atrativo do PlayStation, permitiu a equipe de desenvolvimento impressionar o mundo em várias frentes.
A primeira é a cinematográfica. Final Fantasy VII apresentou longas sequências animadas em impressionantes CGIs, que deram um peso dramático inédito à narrativa e aos personagens presentes. Não à toa, a cena da morte de uma determinada personagem ficou marcada na memória de todos os fãs que jogaram a primeira versão. Essa e demais sequências animadas presentes no jogo eram simplesmente impossíveis em gerações anteriores.
Outro grande choque foi a parte técnica, uma vez que o diretor do jogo, Yoshinori Kitase, se inspirou em jogos como 4D Sports Boxing e, principalmente, Alone in the Dark e abandonou os tradicionais sprites bidimensionais para implementar personagens poligonais sobre cenários pré-renderizados. Essa técnica permitiu contornar algumas limitações do PlayStation e exibir um mundo com nível impressionante de detalhes. Mais impressionante ainda eram as batalhas totalmente em 3D, com personagens mais realistas que os em "SD" presentes em cidades e mapas de jogo.
Além disso, houve uma forte campanha de marketing da Sony. Se hoje Final Fantasy é uma marca poderosa, a realidade era bem diferente na época. Embora Final Fantasy tivesse certa popularidade no Japão, os jogos não vendiam bem no ocidente. Prova disso foi o fato da Nintendo, dona dos direitos exclusivos, ter publicado apenas três dos seis primeiros títulos por aqui – o que, inclusive, criou uma confusão na numeração da franquia.
Para o lançamento de Final Fantasy VII, a Sony dedicou entre 30 e 40 milhões de dólares em uma campanha de marketing agressiva, que incluiu trailer e anúncios em várias publicações impressas famosas da época.
O resultado foi o melhor possível: Final Fantasy VII bateu recordes de vendas em todas as regiões, sendo ainda hoje um dos títulos mais vendidos do primeiro PlayStation, atrás apenas de Gran Turismo.
A Fantasia continua
Além de todos esses fatores, há um elenco composto por personagens marcantes e carismáticos, que protagonizam uma das narrativas mais marcantes da história dos videogames. Esse elenco é parte importante no sucesso atemporal de Final Fantasy VII, que permanece como a maior referência da longínqua franquia da Square Enix – que deu origem até a um mangá.
Os avanços técnicos, assim como as transformações em relação ao que havia sido feito até então, são difíceis de serem superados. Tudo isso torna o game único, não apenas dentro da série, e o mais jogado e reverenciado da franquia.
Final Fantasy VII Rebirth chega em 29 de fevereiro ao PlayStation 5, com exclusividade temporária.