Desde que a Amazon decidiu disputar uma fatia do mercado de jogos digitais, a gigante da tecnologia vinha penando para se firmar. Seu primeiro jogo, Crucible, foi esquecido rapidamente e acabou despublicado. A responsabilidade acabou sobrando para New World, RPG online que finalmente chegou aos computadores nesta semana.
Após sucessivos adiamentos, o jogo está disponível para PC, via Steam, e já quebrou recordes na plataforma. Na terça (28), New World terminou o dia com um pico de 700 mil jogadores simultâneos, acima até mesmo de CS:GO, jogo de tiro que costuma liderar a audiência na plataforma da Valve.
O Game On conversou com o produtor Phil Bolus e o diretor de arte Charles Bradbury às vésperas do lançamento. Para Bradbury, a responsabilidade do sucesso do game foi algo que não pesou tanto: "Queriamos fazer o melhor jogo para nossa comunidade", explicou. "O mais importante era ter certeza que ele estava pronto, estamos confiantes no que ouvimos dos jogadores apos as fases de testes. Tentamos não pensar muito no tamanho disso tudo".
New World vai disputar espaço com grandes títulos como World of Warcraft e Final Fantasy XIV, ambos com milhões de jogadores. O jogo da Amazon tem suas diferenças bem claras em relação aos concorrentes, tanto no modelo de negócios quanto em ambientação e mecânicas.
Não há uma assinatura mensal para jogar New World. Basta comprar o jogo e pronto, ele é seu. Por ser um game pago, também não há o risco da experiência ser estragada com a venda de itens que deem vantagem para um jogador sobre os outros, a malfadada prática conhecida como "pay-to-win".
Claro, há itens que o jogador pode comprar através de microtransações, mas são apenas opções cosméticas para os personagens. "São skins para a roupa e armas, itens de decoração, tintas (que também podem ser encontradas e produzidas pelo jogador)", aponta Bolus. "Não vendemos nada que vá influenciar o território ou o nível de poder do personagem ou suas habilidades de crafting".
O sistema de "crafting", que permite ao jogador fabricar equipamentos e itens, é um dos destaques de New World, capaz de prender a atenção por muitas horas. "Esse sistema está no jogo desde o começo do desenvolvimento. Ele evolui muito e é um dos nossos diferenciais", conta o produtor.
No game, os jogadores são exploradores recém-chegados em uma terra desconhecida, como os europeus na América meio milênio atrás. "Os personagens precisam construir e tem materiais novos, que eles nunca viram antes. Os itens tem um aspecto artesanal, improvisado, e isso é proposital", ressalta o diretor de arte. "Tudo se encaixa para criar esse mundo novo e um senso de descobertas".
Algo que muitos jogadores questionaram antes do lançamento foi a limitação de se jogar apenas com humanos. New World se passa em um cenário de fantasia, mas ao contrário de WoW ou Final Fantasy XIV, não há muitas alternativas na hora de escolher a espécie do personagem. Para os produtores, essa é uma forma de apresentar esse novo mundo com "os pés no chão".
Segundo eles, a ambientação não é "alta fantasia" logo de cara, com elfos e anões, mas quem sabe para onde New World vai seguir no futuro? "Temos muitos mistérios para explorar e agora é hora de preparar o palco para o que os jogadores descobrirão", conclui o produtor, animado com os próximos acontecimentos do seu novo mundo.
O RPG online New World já está disponível para PC.