Relembre as polêmicas que marcaram a franquia GTA

Sexo, tortura, tretas com estrelas de cinema e outras confusões envolvendo Grand Theft Auto

10 nov 2021 - 16h25
(atualizado às 16h29)
Um dos maiores sucessos dos games, a série GTA é marcada por polêmicas e confusões
Um dos maiores sucessos dos games, a série GTA é marcada por polêmicas e confusões
Foto: Rockstar Games / Divulgação

Grand Theft Auto é uma das franquias mais bem-sucedidas da história e revolucionou a indústria dos jogos eletrônicos, mas também é marcada por inúmeras polêmicas, que já colocaram a produtora Rockstar Games no banco dos réus algumas vezes.

Com o lançamento de GTA: The Trilogy - The Definitive Edition, coletânea com três jogos da franquia remasterizados para comemorar os 20 anos de Grand Theft Auto III, nada melhor do que conhecer os casos mais marcantes de uma série que sempre dividiu opiniões.

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Hot Coffee

GTA: San Andreas - Mod Hot Coffee foi uma das maiores polêmicas da franquia
Foto: Rockstar/Reprodução

Sem dúvida, Hot Coffee é a maior polêmica da história de Grand Theft Auto e um dos casos mais famosos da indústria de jogos digitais e envolve uma série de arquivos escondidos pelos produtores dentro do código fonte de GTA: San Andreas, que não foi informado ao órgão de classificação indicativa norte-americano, a ESRB, quando o jogo foi avaliado antes do lançamento. Aparentemente, a Rockstar não queria que o game fosse classificado como "para maiores de 18 anos", pois isso impediria sua venda em grandes cadeias do varejo nos EUA.

Porém, em 2005 foi lançado um mod para a versão de PC do game que desbloqueava estas cenas interativas. O jogador, no controle de Carl Johnson pode levar suas namoradas para casa para "tomar um café". Enquanto no San Andreas original o resto da cena é implícito, no jogo modificado tem início um minigame que simula várias atividades sexuais.

O conteúdo não é totalmente explícito: os personagens ainda estão vestidos, sinal de que trata-se de um código inacabado que fo abandonado pelos desenvolvedores em algum ponto da produção. Espertinha, a Rockstar alegou que o conteúdo não estava presente na versão original do jogo, argumento que caiu por terra quando descobriram uma forma de desbloquear o mesmo conteúdo nas versões de PS2 e Xbox. A produtora teria escondido isso dos avaliadores.

O caso repercutiu no mundo todo e nos EUA, a então senadora Hillary Clinton propôs novas regulamentações para a venda de jogos eletrônicos, além de dar bastante visibilidade para ativistas que eram favoráveis ao banimento completo de GTA. A ESRB mudou a classificação do game para o temido selo "Adults Only 18+". A Rockstar não demorou a recolher essa versão do jogo e lançar uma segunda edição, dessa vez sem o código polêmico, para controlar a crise.

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Bota o dedinho pro alto

Você acredita que um funk brasileiro quase fez a DLC The Ballad of Gay Tony ser proibida no mundo todo? Grand Theft Auto IV era um sucesso absoluto e quebrava recordes de vendas, mas nada disso impediu que uma juíza de Barueri, interior de São Paulo, ordenasse que o jogo fosse recolhido das prateleiras no mundo todo. 

A trilha sonora da expansão trazia a faixa “Conga Kid” disponível na rádio Electro-Choc. A música conta com um sample do funk “Bota o Dedinho pro Alto” que não foi autorizado, o que constitui violação de direitos autorais. A Rockstar teria adquirido os direitos de reprodução da música de um DJ e produtor estrangeiro que por sua vez, teria passado a perna no funkeiro mirim MC Miltinho. A sentença foi derrubada, a faixa removida da balada do Gay Tony e o jogo continuou à venda. O processo se estendeu por alguns anos na justiça paulista até chegar em um acordo entre as partes.

Lindsay Lohan, é você?

GTA V: Lindsay Lohan moveu processo contra desenvolvedora
Foto: Rockstar/Divulgação

A atriz norte-americana foi protagonista de dois casos polêmicos relacionados ao quinto game da série. O primeiro rolou logo no lançamento de GTA V, quando Lindsay Lohan acusou a Rockstar de usar sua imagem sem autorização em uma das telas de loading do jogo. O caso foi arquivado após os advogados da produtora provarem que a imagem havia sido baseada em uma modelo sem semelhança direta com a atriz.

Mas ela não desistiu e, em 2016, voltou a processar a desenvolvedora. Dessa vez, Lohan acusou a empresa de usar sua aparência e história pessoal como base para a personagem Lacey Jonas, uma jovem atriz  perseguida por um paparazzi, pega em situações constrangedoras e um tanto descontrolada. Para a estrela de Hollywood, tudo aquilo seria inspirado em momentos de sua vida. O processo foi negado por seis votos a zero, mas rendeu uma certa publicidade.

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Lohan não foi a única a tentar a sorte nos tribunais contra a Rockstar. Em 2014, Karen Gravano, filha de Salvatore Gravano, um mafioso americano que ajudou a denunciar John Gotti, iniciou um processo contra a desenvolvedora, alegando também que uma das personagens de GTA V era baseada em sua história de vida, sem sua autorização - Antônia Bottino, filha de um dos chefões da família Gambetti no game. A filha do mafioso conhecido como “Sammy The Bull” exigiu uma indenização de que US$ 40 milhões por Antonia ter, supostamente, a sua história. O processo foi fechado em 2016.

Cena de tortura em GTA V

GTA: V - Cena de tortura foi criticada mundialmente
Foto: Rockstar/Reprodução

O último jogo lançado da franquia não ficaria isento de polêmicas, mas a cena de tortura de Ferdinand Kerimov pode ter ultrapassado alguns limites. A sequência se passa na missão “By the Book”, e mostra o inconsequente Trevor tentando conseguir informações de Kerimov, supostamente envolvido com terrorismo, mas que não passava de um inocente técnico de instalação de home theaters. 

É possível “interrogar” o personagem de vários jeitos, desde choques à afogamentos simulados. Além disso, não é possível poupar Kerimov se você deseja avançar na história do jogo. A cena não é a primeira tortura da história dos games e a Rockstar insiste que, assim como tudo na série, a missão toda é uma grande sátira ao mundo real - uma clara indireta aos métodos supostamente utilizados pelo governo norte-americano. O episódio é considerado a maior falha de GTA V e foi alvo de diversas críticas nas análises mundiais, uma vez que é apenas tortura, não proporcionando absolutamente nenhuma diversão e nem exigindo habilidade do jogador.

Proibidão ao redor do mundo

GTA foi banido em diversos países graças aos temas
Foto: Rockstar/Divulgação

Estas e outras polêmicas marcaram a trajetória de Grand Theft Auto, que teve sua venda proibida em diversos países. A Austrália, conhecida por sua legislação dura em relação aos games violentos, baniu GTA III por algum tempo graças ao seu conteúdo violento. GTA: San Andreas teve o mesmo destino após o caso Hot Coffee. Além disso, GTA V foi retirado das lojas australianas graças a uma petição de três mulheres vítimas de violência sexual, que recolheram mais de 40 mil assinaturas pela proibição do jogo.

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Banimentos também atingiram Arábia Saudita e Tailândia. Na Arábia Saudita, GTA V foi banido após o famoso caso em que duas crianças se mataram no jogo conhecido como Baleia Azul. Com a repercussão da tragédia, o governo saudita decidiu banir jogos que eram considerados violentos demais e, claro, GTA V estava no meio. 

Já na Tailândia, GTA IV foi proibido após um crime brutal acontecido em 2008 e supostamente inspirado no jogo. Segundo as investigações, o criminoso confessou que sua motivação para matar um taxista de 54 anos era descobrir se roubar um táxi era tão fácil quanto no jogo. 

Mesmo com todas essas polêmicas envolvendo Grand Theft Auto, a franquia é importantíssima para a indústria dos jogos. Para comemorar o aniversário de 20 anos de GTA III, Grand Theft Auto: The Trilogy - The Definitive Edition será lançado no dia 11 de novembro para PlayStation 5, Xbox Series X|S, Nintendo Switch, PlayStation 4, Xbox One, e PC.

Fonte: Game On
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