Resident Evil Village é conto macabro e cheio de ação

Jogo chega nesta sexta-feira (7) para PC e consoles

5 mai 2021 - 12h00
(atualizado em 24/6/2021 às 14h00)
RE Village tem um pouco de todos os contos de terror
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Um dos jogos mais aguardados de 2021, Resident Evil Village marca a estreia da franquia da Capcom nos consoles de nova geração PS5 e Xbox Series X/S, e faz bonito para amarrar a história de Ethan Winters, iniciada em 2017, com Resident Evil 7 Biohazard, na trama maior da série.

Três anos após os eventos na propriedade Baker, na Louisiana, Ethan e Mia vivem em algum lugar no interior da Europa, onde tentam criar sua filha bebê, Rosemary, e deixar o passado sombrio para trás. Claro que isso não acontece e é questão de minutos para Ethan chegar em um vilarejo sinistro em uma tentativa de salvar sua família e, quem sabe, encontrar algumas respostas.

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Village tem muitas semelhanças com um dos grandes clássicos da série, Resident Evil 4, começando pela ambientação rural e européia, e passando por um desfile de oponentes excêntricos, bizarros e em muitos casos, gigantescos. Assim como RE4, o novo game também tem uma inclinação maior para a ação, mas não dispensa a atmosfera sombria e os sustos ocasionais. 

Lady Dimitrescu é a vilã mais conhecida de Resident Evil Village
Lady Dimitrescu é a vilã mais conhecida de Resident Evil Village
Foto: Capcom / Divulgação

As duas demonstrações liberadas pela Capcom já davam um gostinho do que seria esta aventura, mas assim como toda a campanha de divulgação souberam esconder bem que Village vai bem além do vilarejo e do castelo Dimitrescu. Há uma variedade razoável de inimigos na cola de Ethan, assim como puzzles intrigantes para resolver, e a ambientação muda em cada nova área desbloqueada - mas sem nunca perder a consistência: o jogo é um grande conto de fadas macabro, pontuado por personagens carismáticos e malévolos,  combates empolgantes e mais reviravoltas do que se poderia supor no começo da aventura.

Grandes vilões e rostos conhecidos

Chris Redfield em Resident Evil Village
Foto: Capcom / Divulgação

Essa variedade na ambientação mantém o jogador interessado no desenrolar dos acontecimentos e sempre atento aos novos inimigos, principalmente os grandes vilões da aventura. Lady Dimitrescu, a vampira de quase 3m de altura é apenas uma das personagens implacáveis que perseguem Ethan incansávelmente, e nem é a antagonista mais carismática - ao menos para mim, o fanfarrão paranormal Heisenberg é o grande personagem no time dos malvados.

Cada um dos vilões encarna um típico personagem de histórias de terror, das vampiras no alto do castelo, sedentas por sangue, ao monstro deformado digno de pena que se esconde no reservatório alagado. Os cenários ajudam muito a construir essa ambientação: a aventura começa no vilarejo lúgubre atacado por lobisomens, mas logo parte para outras regiões mais interessantes, incluindo uma casa assombrada cheia de bonecas e uma fábrica que deixaria qualquer Dr. Frankenstein com inveja.

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A dublagem brasileira é digna de nota. Jogos falados em português já são comuns desde os primeiros anos do Xbox 360 e ainda assim, este é o primeiro Resident Evil em nosso idioma. A espera valeu a pena: Village tem a melhor dublagem já feita em um jogo no Brasil. Os atores capricham na interpretação e suas falas nunca soam fora de contexto, o que é essencial para manter o jogador imerso na experiência.

Um dos méritos do game é encaixar a história dos Winters na mitologia de Resident Evil e para isso o jogo faz uso do veterano Chris Redfield, que já tinha dado as caras nos momentos finais de Resident Evil 7 mas que aqui assume um papel mais proeminente.

Foco maior na ação

Ethan já não é o sujeito frágil e assustado que conhecemos em Resident Evil 7. O personagem aprendeu alguns truques desde que escapou da fazenda Baker e sabe manejar armas de fogo quase tão bem quanto um veterano calejado. Quase.

O jogo traz um arsenal bem completo e típico da franquia, que vai de pistolas e espingardas até rifles de precisão e lança-granadas, passando por bombas e minas terrestres. Todas as armas são bastante úteis contra diferentes oponentes e é bom aprender logo qual funciona melhor em cada situação. Os inimigos são implacáveis em Village.

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Há momentos em que arma nenhuma resolve e a única saída é sair correndo. Em outras ocasiões, as lutas podem ficar bastante desesperadas. E é quando tudo isso se junta: adversários imparáveis, inimigos menores ensandecidos, a munição acabando e um puzzle para resolver, tudo ao mesmo tempo, é que Resident Evil Village brilha ao máximo, prendendo o jogador na beira da cadeira enquanto a ação durar.

Esse ritmo mais ágil e empolgante veio ao custo do terror. O jogo ainda dá seus sustos e tem trechos bastante perturbadores, mas não é tão medonho quanto o anterior. E pelo que deu para notar nos seus momentos finais, Resident Evil 9 será ainda mais explosivo.

Isso é ruim? Nem de longe, ao menos no caso de Village. O jogo funciona muito bem desta forma e vai agradar mesmo quem ainda torce o nariz para a perspectiva em 1ª pessoa, oferecendo uma experiência bem construída e emocionante.

Nota Resident Evil Village - Game On
Foto: Game On / Terra

A análise foi feita no PS5, com uma cópia gentilmente cedida pela Capcom Brasil.

Fonte: Game On
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