38 anos separam o primeiro Super Mario Bros. de Wonder. Nessas quase quatro décadas, impressiona como a Nintendo conseguiu e consegue manter elevado o nível de qualidade de uma de suas franquias mais amadas, sempre a reinventando, mas também deixando sua essência praticamente intacta.
Um pouco de clássico, um muito de novo
Super Mario Bros. Wonder continua sendo aquele jogo de plataforma 2D como sempre conhecemos. Mas é tão divertido quanto jogar videogame pela primeira vez. É um jogo fluido e preciso aos comandos do jogador, graficamente irretocável – preste bastante atenção nas caras e bocas dos personagens enquanto correm pelos cenários – e dono de uma trilha sonora capaz de causar inveja.
O jogo também tem o bônus de contar com o maior elenco de personagens jogáveis da história da franquia – mesmo que isso não traga diferenças significativas na jogabilidade, exceto quando se escolhe Yoshi ou Ledrão, personagens pensados para jogadores menos experientes ou até mesmo crianças.
Em meio a tantas qualidades, o que mais impressiona é o design de cada uma das fases do jogo. Elas são únicas e dão uma sensação de progressão excelente, nunca deixando o jogador livre de desafios. Nelas, o grande destaque são as Flores Fenomenais, que não apenas dão nome ao jogo como também roubam completamente a cena.
As Flores Fenomenais distorcem completamente o cenário das fases, sempre de formas inusitadas e extremamente criativas. Câmera de cima para baixo, perseguições cheias de ação, sequências dignas de bons musicais ou com câmera lenta digna dos melhores filmes de ação: espere pelo inesperado sempre que encontrar uma.
Super Mario Bros. Wonder também traz outras novidades. Agora, é possível coletar insígnias que mudam significativamente a jogabilidade. Por exemplo, é possível usar a boina do mascote como uma espécie de parapente, ou nadar como um golfinho nas fases subaquáticas. Além disso, os novos poderes que transformam os personagens em elefantes, brocas ou máquinas de bolha são excelentes formas de explorar cada cantinho das fases.
Todas essas novidades dão um ar renovado à franquia. Superar cada estágio e depois voltar em cada um deles para encontrar segredos escondidos e completar 100% nunca foi tão prazeroso como é agora.
O único defeito de Super Mario Bros. Wonder é a repetitividade nas batalhas contra chefes. A não ser que Flores Fenomenais estejam ativas durante os confrontos, a impressão que fica é a de sempre estar enfrentando o mesmo inimigo. Em um jogo que inventa e reinventa tanto, isso é um pouco decepcionante, mas longe de estragar a experiência.
O jogo também traz modos multijogador que funcionam bem, localmente ou online. Em ambos os casos, a interação entre os personagens em tela é bem pouca, quando existe: é possível montar no Yoshi no modo local e, no modo online, reviver os amigos. É divertido e, ao contrário das expectativas de muitos, pouco caótico.
Outra novidade é que o jogo está completamente localizado em português brasileiro. Embora seja um jogo com poucas linhas de diálogo e raras dublagens, não podemos negar que isso é um avanço quando estamos falando de Nintendo. Esse pequeno passo pode abrir caminho para um futuro melhor para a região.
Considerações
Super Mario Bros. Wonder é incrível por tentar – e conseguir – inovar como nunca na franquia. As novidades não são poucas e a essência do jogo é mantida: um prato cheio para fãs de longa data ou para jogadores novatos.
É um jogo que encerra o ano da Nintendo com chave de ouro e que pode surpreender na lista dos melhores do ano ao lado de The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom, provavelmente finalizando a era do Nintendo Switch da melhor forma possível.
Super Mario Bros. Wonder está disponível exclusivamente para Nintendo Switch.
*Esta análise foi feita com uma cópia gentilmente cedida pela Nintendo.
