Não é tão fácil encontrar um bom microfone com preço acessível atualmente, porém, o HyperX Solocast é a nova investida da HyperX nesse segmento. O periférico é uma versão mais básica do amado QuadCast e nos surpreendeu positivamente nos testes, embora não seja perfeito.
Qualidade sonora
O HyperX Solocast é um microfone condensador. Isso significa que esse modelo tem uma alta sensibilidade, captando muitos sons externos. Embora seja o tipo de mic mais utilizado por criadores de conteúdo, é bom se preocupar com o barulho na hora de gravar e se possível, investir num isolamento acústico ou tratar bem o áudio.
Na prática, o HyperX Solocast surpreende com uma qualidade de captação tão boa quanto a do QuadCast, seu irmão maior. O modelo não puxa tanto ruído externo e a configuração de sensibilidade no Windows fica bem agradável entre 75 a 80 dB. O microfone opera no formato cardioide, sem possibilidade de trocas, como no QuadCast, como o próprio nome sugere. Outro detalhe é a presença de um pop filter interno, que também ajuda na qualidade.
O padrão polar cardioide significa que o áudio é capturado apenas da parte frontal, e não pelos lados ou traseira. Consequentemente, a parte frontal dele, ou seja, a que tem o LED e o símbolo da HyperX, deve estar virada para quem fala. Isso significa que o modelo é excelente para a gravação de podcasts individuais, mas não deve atender a um formato de entrevista com duas pessoas compartilhando o mesmo microfone, por exemplo.
Visual
A grande aposta no HyperX Solocast era criar um produto que captasse bem o som e fosse barato, mas para isso foi necessário abrir mão de um design mais robusto. Entretanto, isso não quer dizer que o microfone fique devendo nesse quesito, muito pelo contrário. O aparelho é majoritariamente construído por policarbonato na cor preta, em um tom mais fosco, e é bem resistente no uso cotidiano.
A HyperX dificilmente decepciona na construção de seus produtos. Os fones de ouvido são estilosos, os teclados são bem acabados, os mouses geralmente bem confortáveis e o seu principal microfone, o QuadCast, é um primor de elegância. No entanto, beleza e muito desempenho são características que apenas os produtos topo de linha carregam, com poucas exceções.
O modelo conta com visual muito simples, sem firulas desnecessárias. O corpo do microfone lembra bastante o formato de um comprimido clássico e não passa a sensação de um produto genérico, mas julguei que arranha com uma certa facilidade enquanto colocava o periférico no braço articulado. Porém, creio que não seja um grande ponto negativo e não é muito perceptível.
O HyperX Solocast é modesto na aparência, mais minimalista, compacto e é um item que fica bem em qualquer setup. Sua falta de LEDs exagerados, múltiplos botões ou funções dá um toque mais prático ao microfone, atendendo a um público que não quer complicações para gravar seu conteúdo.
Fora isso, há dois pequenos "ganchinhos" que prendem o Solocast em sua base e um LED indicador vermelho acima do logotipo da marca, pintado de cinza-escuro. Esse LED fica acesso na cor vermelha para indicar que o microfone está ligado ou desligado. Para isso há um botão touch de mute na parte superior. Basta um tapinha para mutar, o qual o LED começará a piscar indicando que não está capturando som, e outro para voltar ao normal.
A conexão é feita por um cabo USB Tipo-C que já vem incluso na caixa e é plugado na parte traseira do microfone. Aliás, o HyperX Solocast opera no esquema plug and play, ou seja, basta conectar no computador e pronto, já funciona normalmente em poucos segundos.
Nem tudo é perfeito
Se as coisas estavam muito interessantes até aqui, a HyperX, na tentativa de "ajudar" a deixar a vida do usuário mais fácil, enviou um pequeno suporte de mesa na caixa. O suporte é bem útil para apoiar o microfone na mesa e tem um bom acabamento levemente emborrachado para não derrapar ou marcar superfícies.
Porém, o suporte de mesa não é uma boa opção para quem vai trabalhar com gravações de gameplays e principalmente livestreams. O motivo é que a base não é completamente emborrachada, nem mesmo esse anel que envolve o HyperX Solocast. Isso faz com que qualquer batida na mesa, alteração sonora, impacto ou o simples ato de digitar no teclado reverberem no microfone, que capta essas ondas e estraga um bom áudio.
Por esta razão, a maioria dos nossos testes foi feita em um braço articulado anexado à mesa, mas que conta também com um shock mount/aranha, possuindo cordas de nylon e borrachas para impedir essa reverberação. Na verdade, o que mais recomendo é utilizar o HyperX Solocast dessa forma, o que irá garantir mais qualidade para a criação de conteúdo.
O mini pedestal ainda pode ser desconectado de forma muito fácil, retirando uma pequena tarraxa que anexa o anel de suporte principal, onde o microfone é encaixado. Na prática, isso pode ajudar aqueles que pretendem fazer alguma "gambiarra" com pedestais ou braços articulados.
Há também a possibilidade de conectar o HyperX Solocast diretamente na rosca do braço articulado/pedestal sem o shock mount. Embora seja uma alternativa, ainda existem chances de eventuais batidas na mesa influenciarem na captação sonora. Porém, apenas com testes no seu setup será possível descobrir isso.
Vale a pena?
O HyperX Solocast foi uma boa inclusão ao catálogo de microfones disponíveis no mercado brasileiro. Com tantas opções baratinhas e com pouco desempenho, o modelo se mostra muito competente e chega com preço competitivo na casa dos R$ 400, mas não é difícil encontrar promoções que o preço esteja mais em conta.
O Solocast é realmente uma boa opção para quem não pode investir tanto, mas almeja gravar vídeos, lives ou podcasts com qualidade. No entanto, o comprador deve se preocupar em adquirir outro suporte ou braço articulado, preferencialmente com shock mount para evitar algumas dores de cabeça.