Já faz 8 meses desde que a NVIDIA anunciou sua nova geração de placas de vídeo com as RTX 3090, 3080 e 3070. No entanto, muitos rumores apontam que a companhia lançará um modelo ainda mais potente nas próximas semanas: a RTX 3080 Ti.
O sufixo “Ti” indica uma espécie de incremento para uma placa já existente, no caso a RTX 3080. Basta realizar uma analogia simples com celulares: O Galaxy S21 é um ótimo smartphone, mas o Galaxy S21 Ultra (preste atenção no sufixo Ultra) é ainda melhor.
De acordo com informações apuradas pelo VideoCardZ, a placa terá uma reformulação do chip principal baseado em uma litografia de 8 nanômetros, 272 núcleos tensores, 10.240 núcleos CUDA, 80 núcleos de Ray Tracing, 113 ROPs (mecanismo relacionado à renderização em 3D), largura de banda de 864 GB/s com barramento de 384-bit, possibilitando a inclusão de uma memória VRAM de 12 GB GDDR6X, largando bem na frente quando comparada à RTX 3080.
Os dados foram coletados pelo site após o vazamento de um carregamento da RTX 3080 Ti, que também incluía outras remessas de modelos da MSI (empresa parceira da NVDIA) como as já lançadas RX 580, GTX 1030 e RTX 3090.
Portanto, a quantidade de informações citadas acima pode diferir do modelo de referência desenvolvido pela NVIDIA, dado que as empresas parceiras como MSI, ASUS, Gigabyte e Galaxy sempre aumentam algumas especificações de modo sutil em seus produtos.
Também houve o vazamento de outro modelo da RTX 3080 Ti desenvolvido pela MSI - a MSI Suprim X, que tem visual imponente, com 3 ventoinhas para a dissipação de calor.
A RTX 3080 Ti será uma placa desenvolvida pensando na resolução 4K em altas taxas de quadros, assim como sua irmã menor. É esperado que o chip gráfico se mantenha estável em resoluções altas e segure uma gameplay acima de 60 quadros. A placa chegará com a belíssima tecnologia de traçados de luz, o Ray Tracing (RT).
O RT, de forma simples, é uma técnica utilizada por Hollywood há anos para deixar o efeito de iluminação ainda mais realista nas cenas. Em games, essa tecnologia também existia, mas sempre foi muito difícil fazê-la funcionar devido à alta carga de processamento exigida. Felizmente, a NVIDIA conseguiu trazer o Ray Tracing para suas placas graças à implementação dos Tensor Cores no corpo das placas, tecnologia que melhora a resposta da Inteligência Artificial na hora de renderizar os gráficos.
Em uma explicação mais prática, os jogos já continham reflexos de uma janela numa poça d’água, por exemplo, porém, esse reflexo era criado pelos desenvolvedores para aparecer para o jogador apenas quando ele olhasse de determinado ângulo para a imagem. O Ray Tracing imagina de onde vem aquela fonte de luz através do processamento físico e de IA, permitindo que a poça reflita qualquer superfície de qualquer ângulo. No entanto, a tecnologia ainda é muito pesada e são poucas placas que conseguem rodar os games com tudo no máximo, alta resolução e ainda manter os 60 quadros por segundo.
Então entra em cena o DLSS. Diferentemente do RT, que funciona também em placas da AMD, o DLSS é compatível apenas com placas da NVIDIA. Também conhecido como Deep Learning Super Sampling, o recurso utiliza Inteligência Artificial e Machine Learning para renderizar imagens em alta resolução e aprimorar o desempenho em jogos.
Em termos práticos, o DLSS pega uma resolução nativa em Quad HD (2560 x 1440) e renderiza os quadros em uma resolução menor, como Full HD (1920 x 1080). Graças à I.A., o recurso redimensiona a escala e resolução de imagem e preenche os pixels restantes devido ao processamento com inteligência artificial, reduzindo a carga sobre a placa de vídeo. A função também é utilizada para corrigir problemas de anti serrilhado nos jogos e garante mais estabilidade.
Porém, nem tudo são flores. O mercado de placas de vídeo vive um dos seus piores períodos da história, não somente por problemas logísticos ocasionados pela pandemia da COVID-19, mas também pela dificuldade na produção de chips para esses produtos. Não só, um velho inimigo dos jogadores de PC retornou com força nos últimos meses: a mineração.
A mineração de moedas virtuais, como o Bitcoin e o Ethereum, utiliza dezenas ou centenas de placas de vídeo conectadas para fazer o trabalho nas chamadas “fazendas de mineração”. Isso ocasiona a falta de estoques, pois uma pessoa sozinha compra dezenas de modelos e o número de compradores continua a aumentar ao passo que as lojas tem vendido cada vez menos remessas devido à dificuldade de produção.
No fim, o que acontece é que as lojas têm cada vez menos estoques e muitos compradores pendentes; o preço sobe exponencialmente e placas que antes custavam R$ 1100 passam a valer R$ 4500. O que antes custava R$ 6000 passa a valer R$ 14.000, como é o caso da RTX 3080.
Para inibir a mineração, a NVIDIA está apostando na criação de uma linha específica de placas para esse segmento, as NVIDIA CMP HX, e no bloqueio da capacidade de mineração através de atualizações de drivers e BIOS. Com a RTX 3080 Ti as coisas não devem ser diferentes e a placa precisará receber muito suporte da companhia para não cair nas mãos desse público.
Por fim, a RTX 3080 Ti deve ser anunciada oficialmente no dia 18 de maio pelo preço de US$ 999 (R$ 5433 em conversão direta, sem impostos) e chegar às lojas em 26 de maio, competindo com as RX 6800 XT e principalmente a RX 6900 XT, da AMD. No entanto, devemos considerar as informações acima como rumores e esperar um posicionamento oficial por parte da NVIDIA.
Especificações técnicas da placa:
Arquitetura | NVIDIA Ampere |
Chip | 8nm GA102-225 |
Transistores | 28.3 bilhões |
GPU Cluster | 80 |
Núcleos CUDA | 10240 |
Aceleradores de RT | 80 |
Tensor Cores | 320 |
Unidades de textura | 320 |
ROPs | 112 |
Base Clock | Não informado |
Game Clock | Não informado |
Boost Clock | Não informado |
Memória | 12 GB GDDR6X |
Infinity Cache | Não informado |
Clock da memória | 19 Gbps |
Largura de banda | 864 GB/s |
Barramento | 384-bit |
TDP | Não informado |
Preço | Aprox. US$ 999 |
Data | 26/05 |