Na última década, Hollywood percebeu um certo padrão para grandes bilheterias. Aliás, eles perceberam que o padrão possuía nome e sobrenome: Dwayne "The Rock" Johnson. Até mesmo filmes descascados pela crítica, como San Andreas, conseguem ser sucessos de bilheteria simplesmente por estrelar o carismático ator. Para ser justo, nenhum filme de The Rock na última década ficou no zero a zero financeiramente.
Dessa forma, quando o ator anunciou na semana passada que está envolvido para estrelar mais uma adaptação dos games para o cinema, o público se animou em pensar no gigante protagonizando algumas das famosas franquias do nosso universo. Contudo, no longínquo 2005, The Rock participou de um longa que foi motivo de revolta entre as comunidades. 17 anos atrás, ele participava da criticada adaptação de Doom para os cinemas.
A porta do inferno no cinema
No Brasil, como é costume, o nome traduzido recebeu um adicional e chegou às telonas como Doom - A Porta do Inferno e, para muitos, o filme realmente foi uma porta do inferno. Se atualmente The Rock participa de filmes que, mesmo que desagradem as críticas, são sucessos retumbantes de bilheteria, não foi o caso com Doom. O longa desagradou a crítica e fracassou financeiramente.
O roteiro de Doom, extremamente fraco diga-se de passagem, mostra um grupo de soldados, liderados por Sarge (The Rock), sendo enviado para investigar a falta de comunicação de um grupo de pesquisadores em uma base de Marte. O verdadeiro protagonista do filme é o mocinho Reaper, vivido por Karl Urban, mas a verdadeira jornada é com Sarge, que é um lider destemido disposto a qualquer coisa para cumprir sua missão.
Verdade seja dita, se formos analisar friamente, Doom realmente nunca cativou os fãs por sua história aprofundada ou grandes arcos emocionais, mas sim por ser um belo de um jogo de ação. Entretanto, quando falamos de adaptação, o termo deve ser levado ao pé da letra e o filme é um exemplo disso, uma vez que trouxe um filme cuja história servia apenas de desculpas para duas ou três cenas que fariam os fãs falarem: "Olha!! Isso tá no jogo".
Doom e o potencial de The Rock
Apesar do fracasso, Doom - A Porta do Inferno ainda consegue divertir, muito por conta de The Rock. Não me entenda mal, o filme não deixa de ser ruim, mas se você for com expectativas baixas, ele realmente pode te entreter. Além disso, nele é possível ver o potencial de The Rock para estrelar filmes de ação. Menos musculoso do que é atualmente, ele já mostra uma imponência física que vende muito bem a ideia de que aquele é um cara a ser respeitado.
Aliás, Doom conta com duas sequências que se salvam e uma delas se dá muito pela fisicalidade de The Rock. No final, já abraçando seu papel de vilão, Sarge e Reaper se enfrentam e o mocinho leva uma surra no mano a mano, vencendo apenas com o uso de armas. A cena é convincente exatamente pela capacidade de The Rock de atuar em cenas de ação.
Aliás, a outra sequência que se salva em Doom, talvez seja a melhor cena de videogame adaptada para o cinema. Isso porque em determinado momento Reaper tem que atravessar a nave infestada de monstros. Muito bem filmada, a cena é colocada no ponto de vista de primeira pessoa e relembra muito bem o universo dos games.
Doom foi a primeira adaptação de games para os cinemas que contou com a participação de The Rock, mas ela demonstrou que potencial para divertir os fãs de videogame, o ator possui.