Um dos mais recentes capítulos da diversificada série Total War, Troy dividiu opiniões entre os fãs com sua abordagem pé no chão sobre a mitologia grega. Agora, com a expansão Mythos, o jogo deixa o realismo de lado e abraça o fantástico - e o resultado é muito bom.
Enquanto no jogo base seres mitológicos como harpias e minotauros são retratados como unidades humanas com trajes e comportamentos baseados nessas feras, como lanceiros usando penas de pássaros ou soldados grandalhões com crânios bovinos como capacete, em Mythos os montros das lendas são exatamente isso, monstros. São três: Cérbero, a Hidra de Lerna e um Arquigrifo, meio-águia e meio-leão vitaminado.
Estes monstros podem ser recrutados como comandantes pelo jogador na nova campanha mitológica deste DLC, e cada um tem suas próprias estruturas, mecânicas e unidades. Antes de trazer um deles para seu exército, é claro, é preciso derrotá-lo em batalha.
Expedições mitológicas
Talvez o elemento mais interessante da expansão seja o sistema de expedições míticas: são mini-campanhas, ou odisséias, para ficar no tema helênico, em que o jogador envia seus soldados para caçar uma das feras lendárias. Tudo acontece em texto e funciona muito bem - o formato de aventura em texto se encaixa no estilo de jogo de Total War Saga.
Nessas expedições o jogador viaja por terras exóticas e precisa fazer escolhas difíceis para recrutar os monstros, antes de encará-los em uma batalha final. Cada um tem seu próprio terreno, como os portões do Hades em que se enfrenta Cérbero, e dominar esses campos de batalha é desafiador e dá uma boa diversidade para quem já viu tudo o que Troy oferece.
Só é possível recrutar uma das três criaturas lendárias por campanha, então escolha bem ou jogue tudo de novo para decidir qual será mais adequada ao seu exército. Esse momento é apenas o começo da aventura.
Monstros lendários
Cada um dos monstros controla unidades diferentes, por isso a escolha de qual deles recrutar vai ter um grande impacto no resto da campanha.
Cérbero controla as Sombras, servos do Hades, e elas custam almas, recurso adquirido com as habilidades pós-batalha do cachorrão infernal. Ele também consegue invocar um pilar de fogo para imolar os oponentes.
Já as mecânicas do Arquigrifo incluem escolhas envolvendo o monstro lendário e seus rivais, os ciclopes (ou Arimaspoi, como são chamados). O grifo pode bater as asas e arremessar inimigos longe, entre outros poderes. Como em um RPG, esses heróis/monstros podem ser aprimorados conforme ganham experiência vencendo batalhas, e se tornam tão poderosas quanto os mitos sobre elas.
Outra coisa legal de Mythos é que a DLC muda as unidades já existentes no jogo, abandonando aquela ideia de Total War Saga: Troy sobre "verdade por trás dos mitos": O minotauro não é um sujeito fortão com um crânio na cabeça, mas uma fera meio-homem e meio-touro, como se espera. Os ciclopes são gigantes de um olho só. Hárpias voam por ilhas enigmáticas e monstros marinhos podem ser vistos nas águas do Mar Egeu.
Não é a mesma coisa que um Age of Mythology, mas também não é só uma versão repaginada de Total War: Warhammer. A Creative Assembly Sofia conseguiu trazer ao jogo aquele clima de "sword & sandals" que faltava: seus poucos monstros lendários são imponentes e se destacam no campo de batalha. E por ser uma campanha separada, ela não afeta diretamente a experiência de quem quer curtir a lendária Guerra de Troia do jogo original.
O game de estratégia Total War Saga: Troy está disponível para PC, via Steam e Epic Games Store.
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