Aos 36 anos, o paulistano Juno Cecílio é um profissional bem estabelecido entre os desenvolvedores de games brasileiros e vive o sonho que estabeleceu quando ainda era bem pequeno. O diretor de games da Gixer Entertainment relembra que se apaixonou pelos jogos eletrônicos aos 5 anos de idade.
Quer conhecer outros jogadores, saber das últimas novidades dos games e ter acesso a brindes e campeonatos? Participe do nosso Discord!
"Foi quando eu entrei pela porta de casa e vi o Mario correndo na TV, fiquei encantado com aquilo, achei uma coisa mágica", conta Juno ao Game On. "Eu queria ficar o tempo todo jogando videogame, comecei a comprar revistinhas, aprendi a ler com a Ação Games!".
E foi em uma dessas revistas que ele percebeu que fazer jogos eletrônicos era uma carreira. "Eu li sobre Shigeru Miyamoto, o criador do Mario e de Zelda. Descobri que existem pessoas que fazem videogames. Até então, não tinha me ocorrido esse detalhe", admite. "Na hora de ir para a faculdade, eu fiquei em dúvida entre Ciência da Computação para fazer games ou jornalismo, para escrever sobre eles". Foi o pai de Juno que desempatou a questão: "Ele sugeriu que eu fizesse computação, pois se fazer jogos não funcionasse, eu poderia trabalhar com ele".
Na faculdade, o futuro desenvolvedor conseguiu seus primeiros trabalhos com colegas que já atuavam na indústria. "Comecei em 2005 e nunca mais parei", relembra Juno, que também fez alguns 'detonados' e outros textos para revistas de games. "Eu gostava muito da mídia impressa".
Juno trabalhou em franquias como Spider-Man, LEGO, Rocky Balboa, adaptando jogos dessas marcas para celular. Com a experiência, foi desenvolver jogos independentes. Ele participou de games famosos por aqui, como No Heroes Here e Dodgeball Academia.
Como desenvolvedor, Juno tem um desejo bem específico: "Eu sempre gostei muito de Parappa The Rapper, sei das suas qualidades e defeitos, mas quando eu jogo, me lembro exatamente da pessoa que eu era, do sofá, dos amigos, do que eu comia quando jogava", explica. "Eu quero fazer algo que as pessoas se apeguem e tenham lembranças assim".
Onde o desenvolvedor se superou em sua paixão por jogos digitais foi na hora de batizar o filho. "Eu falava para minha esposa que o nosso filho se chamaria NES. Ou Mega, se fosse menina. E aí se fosse menino, Mega Man. Ela achava que eu estava brincando", conta, aos risos. "NES era por causa do Nintendinho", justamente o console em que Juno viu Mario rodando pela primeira vez.
"Ela acabou deixando colocar como segundo nome, mas eu queria que fosse o primeiro. Ela também joga, ela entendeu, mas 'não queria nome de coisa' no filho", explicou o desenvolvedor, que hoje é pai do Mauro NES.
Mauro tem cinco anos, quase seis. O que ele acha do nome? "A gente explicou para ele, eu tenho uma sorte que ele gosta muito de videogame. Nunca insisti para ele jogar, foi algo natural. Ele faz as escolhas dele, entende o que eu faço e até me dá sugestões divertidas", conta Juno.
"Ele entende que NES é 'Nintendo Entertainment System'. Ele fica feliz Não sei ainda. Eu chamo ele de Nes, minha família inteira chama assim, mas a família da minha esposa chama de Mauro. E na escola, é Mauro", conta. "Vamos ver se o 'apelido' pega depois".
A paixão por jogos parece sim ter passado de pai para filho, já que o pequeno Nes não só dá ideias de games para Juno, mas também serve de inspiração. "O Toy Sports, game que está para sair pela Gixer, é um jogo que surgiu comigo vendo ele brincar. Criei o jogo para poder brincar junto com meu filho", explica o desenvolvedor.
Outro jogo em que Juno trabalha atualmente é Changers Seven, que estará disponível para teste no Panorama Brasil, mostra não-competitiva de jogos brasileiros no BIG Festival 2023, que acontece no final de junho em São Paulo.