Simulador de Escravidão: Game racista é removido pelo Google

Acusado de promover o racismo, game foi baixado mais de mil vezes no Brasil

25 mai 2023 - 01h40
(atualizado em 29/5/2023 às 09h41)
Simulador de Escravidão foi avaliado em 4 de 5 estrelas na Google Play Store
Simulador de Escravidão foi avaliado em 4 de 5 estrelas na Google Play Store
Foto: Google Play Store / Reprodução

Um jogo para celular, disponibilizado na Google Play Store, loja de aplicativos para celulares Android, causou revolta no Brasil: trata-se de Simulador de Escravidão.

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O título não deixa dúvidas do que se trata o game: os jogadores podem brincar de comprar, vender, castigar e receber prazer de pessoas escravizadas.

O jogo já tinha sido baixado mais de mil vezes até a quarta-feira, 24 de maio, quando foi removido da loja pelo Google, após queixas de vereadores, deputados e pesquisadores que acusam o game mobile de promover o racismo.

Embora os criadores do Simulador de Escravidão, o estúdio ucraniano Magnus Games, afirme que o jogo 'foi criado para fins de entretenimento' e que 'condenam a escravidão no mundo real', o game passa uma ideia oposta.

O simulador é um jogo de estratégia bem simples, em que o jogador deve gerenciar sua propriedade para ganhar experiência e avançar. Tudo é baseado em trabalho escravo, com pessoas usadas para produzir recursos diversos: trabalhadores (dinheiro), gladiadores (segurança) e cortesãs (sexo).

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Apos denúncias de racismo, jogo foi removido da loja dos celulares Android
Foto: Simulador de Escravidão / Reprodução

Outras atividades incluem reprimir rebeliões, tentativas de fuga e até subornar parlamentares para tentar impedir a abolição da escravatura.

Também chama a atenção as avaliações positivas que o jogo recebeu, alcançando 4 de 5 estrelas, elogios e sugestões de jogadores brasileiros para adições de mais conteúdo, como 'a opção de açoitar o escravo', pois 'faltam opções de tortura'.

Removido pelo Google

O Simulador de Escravidão foi retirado da Play Store pelo Google na quarta-feira, 24 de maio. 

Em nota, o Google disse: "Não permitimos apps que promovam violência ou incitem ódio contra indivíduos ou grupos com base em raça ou origem étnica, ou que retratem ou promovam violência gratuita ou outras atividades perigosas. Qualquer pessoa que acredite ter encontrado um aplicativo que esteja em desacordo com as nossas regras pode fazer uma denúncia".

A remoção do game da Google Play Store, porém, pode não ser o bastante. A vereadora paulistana Elaine Mineiro (PSOL), do mandato coletivo Quilombo Periférico, apresentou uma denúncia ao Ministério Público Federal pedindo que tanto Google quanto a Magnus Games sejam responsabilizados pelo crime de racismo.

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O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) classificou o jogo como criminoso e apontou como sua existência na plataforma do Google mostra a necessidade urgente de regulamentação do ambiente digital.

Fonte: Game On
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