Videogame é coisa de criança? Não no Brasil, revela pesquisa

Segundo a Pesquisa Game Brasil, maior parte dos gamers brasileiros tem entre 30 e 39 anos

27 fev 2024 - 11h00
(atualizado em 29/2/2024 às 18h12)
Resumo
A Pesquisa Game Brasil de 2024 revelou o envelhecimento do público gamer no Brasil, com maior representatividade de idades entre 30 e 39 anos. O smartphone é a plataforma favorita, com 70,8% dos jogadores exibindo orgulhosamente o nome dos seus times ou clãs.
Estudo revela hábitos de consumo e perfil demográfico do gamer brasileiro
Estudo revela hábitos de consumo e perfil demográfico do gamer brasileiro
Foto: PGB 2024 / Divulgação

Divulgada nesta terça-feira (27), a Pesquisa Game Brasil chegou à sua décima primeira edição com um retrato fiel do gamer brasileiro. Uma das principais novidades é que o público consumdior de games está ficando mais velho.

Os dados da PGB 2024 indicam um envelhecimento do público gamer no país. As faixas etárias mais representadas são de 30 a 34 anos, com 16,2%; e de 35 a 39 anos, com 16,9%. Em contraste, os públicos mais jovens apresentam uma participação menor, com 14,6% para a faixa dos 20 a 24 anos e os mesmos 14,6% para a faixa dos 25 a 29 anos. A faixa etária mais jovem, de 20 a 24 anos, teve uma diminuição de 0,5 pontos percentuais, e a de 25 a 29 anos teve uma diminuição de 1,6 pontos percentuais em comparação com a pesquisa de 2023.

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Segundo a pesquisa, 85,4% dos brasileiros consideram jogos eletrônicos uma de suas principais formas de diversão e 73,9% da população do Brasil afirma jogar algum tipo de jogo digital - um aumento de 3,8 pontos percentuais em relação ao ano de 2023. Com os jogos eletrônicos presentes na rotina de tanta gente, é fácil entender como o perfil do gamer acaba se alinhando com o censo demográfico.

"O retrato dos jogadores de jogos digitais está cada vez mais em linha com o censo demográfico e socioeconômico do Brasil. A presença das mulheres liderando o consumo, a representatividade de pretos e pardos dentro do mercado de jogos digitais e com a ascensão de classes sociais com menor poder aquisitivo tendo o smartphone como plataforma", explicou Guilherme Camargo, sócio do SX Group e professor na pos-gradução da ESPN.

Gênero, idade e perfil sócioeconômico impactam no comportamento e consumo de jogos
Foto: PGB 2024 / Divulgação

Por exemplo: a divisão entre jogadores homens e mulheres está cada vez mais equilibrada, com 50,9% do público sendo feminino e 49,1% masculino. Em relação à etnia dos gamers brasileiros, a maioria é de origem negra (52,3%), quando se somam aqueles que se identificam como pretos (11,2%) ou pardos (41,2%), enquanto pessoas que se declaram brancas representam 44,6% dos jogadores de jogos eletrônicos no Brasil.

Quanto à classe social, a PGB 2024 revela que a maioria dos gamers brasileiros ainda pertence à classe média (B2, C1 e C2), totalizando 64,8%. A classe média-alta (B1) representa 11,6% do público; a classe alta (A) representa 15,8%; e a base da pirâmide (classes D e E) representa 7,8%.

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Plataformas favoritas

Mesmo com domínio dos smartphones, cada vez mais brasileiros preferem jogar no PC
Foto: PGB 2024 / Divulgação

E o que essas pessoas todas jogam? O smartphone é a plataforma favorita dos brasileiros, pelo fácil acesso, ampla oferta de jogos e mobilidade. O celular lidera com 48,8% da preferência, mas os computadores vêm ganhando espaço e passaram os consoles este ano, indo de 19,4% em 2023 para 22,6%. A diferença é pequena: gamers que jogam em consoles ficam apenas 0,9 pontos percentuais atrás.

Claro, há diferença em comportamento dos gamers, dependendo da plataforma favorita. É o que aponta Carlos Silva, sócio da Go Gamers: "Os jogadores de consoles tendem a buscar uma experiência mais social, valorizando a interação com comunidades online, além de terem um apego à nostalgia. Por outro lado, os jogadores de computador buscam uma experiência mais imersiva, têm preferência por grandes franquias, gostam de explorar uma variedade de jogos e se assumem como gamers. Por fim, os jogadores de dispositivos móveis valorizam a conveniência, a acessibilidade e preferem jogos mais casuais. Eles tendem a se engajar menos com a comunidade de jogadores".

Estilo de vida

Gamers brasileiros gostam de ter as plataformas mais recentes e jogar online, mas a maioria espera os jogos entrarem em promoção para comprar
Foto: PGB 2024 / Divulgação

Segundo a PGB 2024, foi analisado que o envolvimento dos jogadores influencia uma variedade de fatores que vão desde motivações pessoais, necessidades e contextos de vida. A participação social, construção de identidade e a diversão fazem parte do estilo de vida dos jogadores de jogos digitais brasileiros.

Atualmente, 70,8% dos jogadores exibem com orgulho o nome dos seus times, clãs ou guildas, reforçando a identidade e envolvimento.

Os games online também têm exibido um impacto grande na pesquisa. Assim, 82,4% já fizeram amizade com alguém durante uma partida na internet e 71% dizem se sentir mais motivados a ganhar quando a disputa é contra outra pessoa. Além disso, 70,6% se sentem mais bem-humorados quando jogam online e 76,8% sentem que jogos são uma maneira de relaxar, se sentir melhor e aprender uma nova habilidade.

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Percebemos que os games têm aparecido com maior frequência no cotidiano do brasileiro e isso mostra o grande impacto que os jogos digitais têm na vida dos jogadores. As pessoas têm feito amizades e construído uma identidade da qual elas se orgulham” diz Mauro Berimbau, consultor da Go Gamers e professor da ESPM.

Pais, filhos e games

Mesmo não sendo a maioria dos consumidores, as crianças e adolescentes menores de 15 anos também tem uma relação estreita com os jogos digitais, como revelaram os pais que participaram da pesquisa: 82,8% dessas crianças e adolescentes jogam jogos eletrônicos, de preferência em smartphones (45,3%), de acordo com os pais entrevistados, e 44,1% dos filhos jogam todos os dias. Quanto à duração das sessões de jogo, em dispositivos móveis, a maioria das crianças (43%) jogam entre 1 e 3 horas. 

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Video Player

As crianças não estão sozinhas no seu momento de diversão. Os pais se dizem envolvidos com os jogos dos filhos, com 73,4% jogando com eles. Isso pode ser visto como um indicativo positivo da interação familiar em torno dos games. No entanto, 53,5% dos pais têm ressalvas sobre os filhos jogando jogos eletrônicos, o que pode sinalizar preocupações com o tempo de tela ou o conteúdo dos jogos”, disse o consultor e professor da ESPM Mauro Berimbau.

A PGB 2024 entrevistou 13.360 pessoas no Brasil, em 26 estados e no Distrito Federal, durante os meses de dezembro e janeiro deste ano. O estudo é desenvolvido pelo SX Group e Go Gamers em parceria com Blend New Research e ESPM.

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Fonte: Game On
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