As montadoras precisam vender um total de 637 mil veículos no 4º trimestre para alcançar a meta estabelecida pela Anfavea para este ano. A afirmação foi feita por Márcio de Lima Leite, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, durante o balanço dos números de setembro.
“O número mágico da Anfavea é chegar a 2,140 milhões este ano”, disse Lima Leite. “Para chegar lá, precisamos emplacar 637 mil veículos em outubro, novembro e dezembro.” Ou seja: as montadoras precisam de uma venda média de 212 mil unidades por mês.
Em nenhum momento dos últimos 21 meses esta venda foi alcançada. Em setembro, a indústria automobilística licenciou 168.802 veículos (somando automóveis de passeio, comerciais leves, caminhões e ônibus). Houve, portanto, uma queda de 8,5% em relação a agosto, que teve 184.506 emplacamentos (melhor mês do ano).
Apesar do histórico recente, a Anfavea aposta que as 637 mil vendas restantes serão alcançadas. Márcio de Lima Leite disse que em 2021 a indústria alcançou 542 mil vendas no 4º trimestre. “Era o momento de maior crise da falta de insumos”, lembrou.
Outro número do passado recente reforça o otimismo da Anfavea. “Em 2020, em plena pandemia, licenciamos 684 mil unidades em outubro, novembro e dezembro, por isso este é um desafio plenamente factível para o nosso setor”, completou.
No acumulado de janeiro a setembro, a Anfavea registra uma queda de 4,7% nas vendas internas. Os números dos últimos quatro anos são os seguintes: 1,503 milhão em 2022; 1,577 milhão em 2021; 1,374 milhão em 2020; e 2,030 milhões em 2019.
Produção
Na produção automobilística, duas fábricas sofreram paralisação em setembro, um número bem menor do que o do passado recente. Em setembro, com três dias a menos devido a feriados, a produção foi de 207,8 mil veículos. Houve uma queda de 12,7% em relação aos 238 mil veículos produzidos em agosto.
No acumulado do ano, a produção cresceu 6,3% este ano. Os números recentes são: 1,756 milhão em 2022; 1,653 milhão em 2021; 1,330 milhão em 2020; e 2,259 milhões em 2019.
“Com as férias na Europa, sobraram mais semicondutores para o Brasil em agosto”, explicou Lima Leite. A solução, entretanto, é produzir semicondutores no Brasil. O presidente da Anfavea disse que o governo e a iniciativa privada já deram sinal verde para o aumento da produção de semicondutores no Brasil, que consome 2,5% da produção mundial.