A guerra de preços no mercado automotivo começou e algumas marcas já anunciaram os novos preços, como Renault e Stellantis. Por isso, na opinião do presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, qualquer dia perdido pode significar a perda de uma venda para a concorrência.
Graças aos incentivos do governo, os preços dos carros podem cair de R$ 2.000 a R$ 8.000, dependendo da faixa de preço, da eficiência energética e do nível de nacionalização na produção. O total de recursos do governo disponível para a compra de automóveis é de R$ 500 milhões.
“Cada dia que se perde [é ruim]. Qual é a estratégia de cada montadora? Tem um volume de R$ 500 milhões. Se ela não usar, outra montadora vai usar esse recurso, e é muito inteligente esse mecanismo”, disse Lima Leite.
O presidente da Anfavea vislumbrou o novo panorama: “Então você tem uma disputa natural para ver quem consegue vender mais neste momento, e aí a questão comercial vai ter impacto significativo. A partir de hoje as montadoras começam a brigar pelos seus clientes e para efetivar as vendas no menor tempo possível.”
Segundo Lima Leite, é natural que os consumidores que possam pagar à vista sejam mais ágeis na compra, por isso ele sugeriu que todos que queiram comprar carros agora não demorem muito tempo para decidir. O período se esgota teoricamente em quatro meses, mas segundo o governo irá só até acabar os recursos, o que pode ocorrer antes.
Durante a entrevista coletiva para anunciar os números da indústria em maio, Márcio de Lima Leite reservou um período para a participação do vice-presidente Geraldo Alckmin, que explicou as medidas do governo.
A Anfavea acrescentou a informação de que os carros fabricados na Argentina e no México também podem ter incentivos. Por isso, a Fiat já anunciou que o sedã Cronos, produzido na Argentina, terá preços promocionais.
Em relação às vendas em maio, a Anfavea destacou que o mês foi ruim no resultado, mas bom na tendência. Isso porque nos primeiros 15 dias as vendas vinham num ritmo muito bom, mas houve uma queda forte nos negócios na segunda quinzena porque os consumidores decidiram esperar pelos novos preços.