Durante dois anos todo mundo leu em algum lugar que um Gol SUV seria o substituto do Volkswagen Gol atual. Desde a revelação do Polo Track, entretanto, eu já pensei nesse carro como o verdadeiro substituto do Gol. Cheguei a imaginar que o nome Polo Track era apenas um embuste para enganar a mídia e a concorrência.
Mas a insistência das publicações sobre um Gol SUV foi tão grande que até fiz uma ou duas matérias a respeito. Só que não era. A análise mais fria deixava claro que o Gol realmente seria aposentado por vários motivos. Vejamos alguns.
1. O nome Gol é um nome envelhecido. Somente pessoas que compravam carros nos anos 80 e 90 têm na memória a mística do Volkswagen Gol como um "carrão". Mas a Volks quer um público novo, jovem e conectado, por isso Gol se tornou sinônimo de atraso.
2. Não se mantém o mesmo nome em carro que muda de público. Um carro se modificar totalmente é comum na história da indústria automobilística. Mas as boas práticas comerciais ensinam que não se mantém o nome de um produto velho se o produto novo busca um novo público.
3. Manter o nome Gol para o Polo Track até fazia sentido, pois o público é o mesmo: quem busca um hatch de entrada prático e robusto. Mas batizar um SUV compacto de Gol não fazia o menor sentido, pois o público de um utilitário esportivo de entrada não é o mesmo de um hatch de entrada.
4. Da mesma forma que um Gol SUV era uma ideia estapafúrdia, a volta do Gol GTI, que chegou a ser comentada, também não fazia sentido. A grife GTI ganhou importância mundial na Volkswagen e tem regras globais para ser usada. Portanto, investir na criação de um esportivo caro para vender pouco num modelo em fim de carreira era mesmo só um sonho de uma noite de verão.
5. O nome Polo Track ainda não é muito atraente para o consumidor brasileiro, mas é alinhado com o que a Volkswagen tem na Europa e serve de trampolim para a entrada no novo Polo, que se tornou um hatch mais sofisticado.