Um exemplar do sedã Fulvia, de marca Lancia, estava estacionado na rua Zamboni, em Conegliano, na Itália, desde 1974. Foi tanto tempo no mesmo local, que o modelo virou ícone do bairro. Pois o carro, que pertence a Angelo Fregolent, um senhor de 94 anos, acaba de ser removido para passar por processo de restauração após quase cinco décadas.
No passado, Fregolent tinha uma banca de jornal na cidade italiana. Ele costumava estacionar o carro próximo dela, pois, assim, podia descarregar produtos ou até mesmo usar o sedã como "depósito". Entretanto, em 1974, o automóvel foi estacionado e não saiu mais da vaga. Então, com o passar do tempo, deteriorou-se e o dono não conseguiu mais movê-lo.
Símbolo turístico
Após anos como parte da "paisagem", o Lancia Fulvia se tornou um símbolo local. Por isso, a sua remoção teve até debate público. O governador da região de Vêneto, Luca Zaia, lembrou em entrevista a jornalistas que se lembrava de ver o carro no mesmo lugar desde a época em que frequentava a escola, apontando-o, então, como um ícone do bairro.
Entretanto, na rua Zamboni, onde estava, não é mais permitido deixar o veículo entre a calçada e a via principal. Foi esse motivo que causou o debate sobre a transferência do carro e o que fazer com ele.
No último dia 20 de outubro, um reboque retirou o Lancia Fulvia do local. De lá, o modelo seguiu para Padua, como parte do acervo da 'Auto e Moto d'Epoca', feira de carros clássicos aberta no dia 21. Após o evento, o sedã da marca italiana, que atualmente pertence ao grupo Stellantis, será restaurado em Vicenza.
A iniciativa partiu de Giovanni Berton, empresário e apaixonado por carros antigos, e do presidente do Clube Serenissima di Conegliano, Paolo Picco. Os dois entusiastas se voluntariaram para cuidar do carro de Angelo Fregolent. Depois da restauração, o sedã do início dos anos 1960 irá para o jardim da Escola Enológica de Cerletti, onde ficará como monumento.
Dessa forma, o Lancia não voltará ao local que lhe rendeu fama, mas ficará próximo dele, ali mesmo em Conegliano. "Não poderíamos imaginar futuro melhor para nosso Fulvia", comentou o proprietário do carro.