Conheça o serviço de compartilhamento de carros em São Paulo

Ainda em desenvolvimento, carsharing em São Paulo é vantajoso para quem mora perto do trabalho

25 ago 2013 - 08h00
(atualizado em 2/9/2013 às 12h37)

Já pensou entrar em um estacionamento, sacar um cartão do bolso, passar ele no parabrisa de um carro e sair dirigindo? Isto é possível em 45 pontos da cidade de São Paulo, por meio de um serviço chamado internacionalmente de carsharing, ou compartilhamento de carros. No Brasil, a única empresa do ramo atualmente é a Zazcar, que começou a operar em 2010.

O serviço nada mais é do que um aluguel indicado para viagens curtas, que cobra por hora e quilômetro rodado. Mas nada impede que você fique com o carro durante o final de semana inteiro, por exemplo. A empresa, que começou com dois funcionários e dez carros, atualmente conta com 60 veículos e 2,8 mil associados na capital paulista.

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Para usar o serviço, basta escolher o local em que vai pegar, reservar pela internet ou pelo telefone, e ir até lá no horário escolhido com seu cartão de sócio. Como a única modalidade disponível obriga o cliente a devolver o carro no mesmo ponto em que pegou, leva mais vantagem quem vai trabalhar com outro meio de transporte e utiliza o carro em viagens esporádicas ou para lazer.

É o caso do representante de vendas Abel Amorim Ribeiro, 50 anos, que vendeu o carro para comprar um apartamento próximo ao local de trabalho e usa o serviço há cerca de dois anos. De acordo com ele, o gasto médio fica em torno de R$ 500 por mês, mesmo pegando o carro por cerca de 30 horas em finais de semana.

“Vou trabalhar a pé e uso a Zazcar para visitar clientes ou durante o fim de semana. Sinceramente, acho que não volto a comprar carro, dá uma despesa muito grande. Não pago seguro, IPVA, combustível, lavagem, licenciamento, manutenção, vistoria ambiental, revisão, fora o tempo que você perde (no trânsito)”, afirma.

<p>ZazCar começou com dez carros e atualmente conta com 60 veículos e 2,8 mil associados na capital paulista</p>
ZazCar começou com dez carros e atualmente conta com 60 veículos e 2,8 mil associados na capital paulista
Foto: Peter Fussy / Terra

Para usar o serviço de carsharing da Zazcar é preciso ser maior de 21 anos e preencher um cadastro no site da empresa, que só é concluído após envio de uma reprodução da carteira de habilitação (CNH) e inclusão de um cartão de crédito válido no nome do próprio titular. Alguns dias depois, o novo usuário  recebe em casa um cartão. A partir daí, basta acessar o site pela web, pelo celular, ou ligar para a central e verificar quais são os carros disponíveis no horário e no ponto desejado.

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Para o representante de vendas, a facilidade para pegar o veículo é um dos pontos fortes do serviço. “Antes alugava em uma locadora convencional, é muito mais burocrático. Tem que ir pegar o carro, passar o cartão de crédito, deixar o valor de seguro, voltar para entregar e estornar o valor do cartão. Eu tenho algo como se fosse o ‘bilhete único’ para carro”, comparou Ribeiro.

Feita a reserva do automóvel, o usuário encontrará o modelo no ponto definido e identificado por um prisma no teto. Os pontos são estacionamentos conveniados que ficam abertos 24 horas por dia e estão localizados principalmente na zona sul e central de São Paulo, concentrados por enquanto na região da avenida Paulista e no bairro de Pinheiros. Mas também há locais na Móoca, Anália Franco, Saúde, Butantã e Brooklin, entre outros bairros.

Os modelos variam de Novo Uno (o mais barato) ao sedã Cruze (o mais caro). As tarifas começam em R$ 12,90 por hora mais R$ 0,71 por quilômetro rodado. No caso do Novo Uno, uma diária sai por R$ 99,90, enquanto a diária do Cruze fica em R$ 393. Em todos os casos, já estão inclusos os gastos com gasolina e seguro. O usuário também pode escolher modelos como Gol, March, Etios, Fox, Smart e Zafira. A gama pode agradar quem gosta de experimentar. “Cada semana estou com um carro. Sempre carros novos”, aponta Ribeiro.

Teste

Reservamos um Novo Uno em um ponto do bairro de Perdizes para um teste rápido do serviço. Ao chegar no local, o carro estava bem na entrada e identificado pelo prisma verde da Zazcar. Para conseguir entrar no carro, é preciso passar o cartão em um sensor instalado no alto do para-brisa. As portas se abrem automaticamente, mas antes de se colocar ao volante a empresa pede que o usuário verifique se há alguma avaria no veículo.

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Um computador de bordo fixado na parte superior interna do para-brisa exibe duas perguntas que devem ser respondidas antes de começar a viagem: “existem danos no veículo?” e “o veículo está limpo?”. O carro estava em perfeitas condições e limpo - sujeira excessiva pode render multa de R$ 50 ao usuário anterior, por isso é bem responder as perguntas atentamente. Como não havia problemas, pegamos a chave que fica presa dentro do porta-luvas e demos a partida.

O tanque estava cheio, então nem essa preocupação tivemos, mas a Zazcar pede que o usuário abasteça o carro obrigatoriamente quando estiver abaixo de um quarto. Devolver o veículo com menos combustível que isso pode render multa de R$ 25. Para abastecer, é possível usar o cartão de combustível ou então, caso o posto não seja conveniado, você pode pagar e preencher um formulário para restituição do valor. O formulário se encontra no porta-luvas, junto ao manual do carro e ao cartão do seguro.

Com apenas 7,7 mil quilômetros rodados, o veículo não apresentou nenhum problema durante o percurso feito pelo bairro. O computador de bordo registra o tempo da reserva e a distância percorrida em tempo real. Finalizamos a reserva de uma hora – o mínimo que pode ser alugado – com 9 quilômetros percorridos, a um custo total de R$ 22,40 (R$ 15,90 pela reserva e R$ 6,50 pela quilometragem). Para sair do carro, é preciso devolver a chave ao porta-luvas e finalizar passando o seu cartão novamente pelo lado de fora do para-brisa.

Para quem costuma largar um monte de coisa no carro, aconselha-se prestar atenção para não esquecer nada dentro. Vale também checar se as luzes foram desligadas, qualquer ação que prejudique o próximo usuário pode representar multa e até uma “expulsão”. Em caso de acidente, o usuário arcará com os custos da franquia do seguro. As multas de trânsito também ficam por conta do usuário.

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Embora seja eficiente na proposta, o sistema fica limitado por permitir apenas viagens com retorno ao mesmo ponto, o que elimina a vantagem para cerca de 90% dos usuários de carro na metrópole - aqueles que utilizam o transporte para se deslocar ao trabalho. De acordo com Felipe Barroso, fundador da Zazcar, a implantação do sistema de viagem única (o sócio pode pegar o carro perto de casa e devolver perto do trabalho, por exemplo) ainda não tem previsão para ocorrer.

Até o final de 2013, a empresa planeja estar em mais uma cidade além de São Paulo, o Rio de Janeiro, com um total de 300 carros em sua frota e 12 mil usuários. Segundo Barroso, a ideia inicial é começar a operação na capital fluminense com 50 carros. Em cinco anos, a Zazcar espera oferecer o serviço de carsharing em 11 cidades brasileiras, com  2.800 carros e 200 mil usuários.

Fonte: Terra
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