Se o seu carro ficou muito tempo parado e você precisa de orientações para fazer a popular "chupeta", siga algumas dicas para não ter mais prejuízo com sua caranga
Durante o período de férias, é comum que muitos veículos fiquem parados por mais tempo do que o habitual. Nesse cenário, a bateria pode descarregar, o que exige cuidado e atenção. Veja abaixo algumas orientações importantes para evitar aqueles transtornos chatos e garantir que o veículo volte a funcionar com segurança.
Para Ailto Sola, Engenheiro de Aplicações da Clarios, empresa dona das Baterias Heliar, a recomendação inicial é sempre buscar o apoio de profissionais especializados para avaliar a situação. Caso seja necessária a substituição, o ideal é optar por um modelo compatível com as especificações do veículo, garantindo a segurança, desempenho e durabilidade do sistema elétrico.
Agora, se a bateria ainda estiver dentro de sua vida útil, é possível tentar partida auxiliar (que é conhecida popularmente como "chupeta") caso o motor não ligue devido ao baixo estado de carga. Nesse caso, é fundamental seguir alguns cuidados para evitar danos ao veículo ou ao próprio motorista.
Cuidados para fazer a "chupeta"
- Certifique-se de que a bateria fornecedora esteja em boas condições de saúde e com carga suficiente para arrancar o outro veículo (acima de 70%). A bateria deve estar lacrada e livre de corrosões.
- Verifique se a capacidade da bateria ("C20") fornecedora é igual ou superior à da bateria descarregada - essa informação que pode ser encontrada na parte superior da caixa da bateria.
- Use cabos específicos para essa operação, com espessura adequada e garras de "boca de jacaré".
- Conecte os cabos respeitando os polos positivo e negativo de ambas as baterias, garantindo o correto contato com os pontos metálicos do veículo e do terminal dos cabos.
- Após ligar o motor, mantenha os cabos conectados por até dois minutos antes de removê-los.
Seguindo essas recomendações, o procedimento pode ser realizado de forma segura. "Dessa forma, o motorista consegue dar partida no veículo e se deslocar até um posto de assistência para uma análise mais profunda da bateria e do sistema elétrico. Se persistirem problemas, como dificuldade para dar partida ou falhas em luzes e equipamentos eletrônicos, a troca da bateria é imprescindível", explica Sola.
Erros a evitar
Uma prática equivocada que pode trazer sérios riscos é tentar realizar uma partida auxiliar conectando a bateria do carro a energia da rede elétrica. "Essa ação jamais deve ser realizada. É um erro grave que pode resultar em explosão da caixa elétrica, curto-circuito e até princípio de incêndio", alerta o engenheiro.
Isso ocorre porque os níveis de tensão do veículo (12 VDC) e da rede elétrica (127/220 VAC) não são compatíveis. A alta tensão da rede, até 18 vezes superior à do veículo, pode causar danos irreversíveis aos componentes elétricos, como alternador, módulos e centrais eletrônicas, além de colocar em risco a segurança de quem executa o procedimento.
Outro equívoco comum é tentar dar tranco no motor. Segundo o engenheiro da Heliar, essa prática pode comprometer as engrenagens do câmbio, gerando problemas ainda mais graves.
Recomendações finais
Para evitar contratempos, a Heliar reforça que é essencial utilizar equipamentos apropriados e buscar a orientação de profissionais capacitados para qualquer intervenção na bateria do veículo. Além disso, o cuidado preventivo, como manter o veículo em funcionamento regular e realizar revisões periódicas, é a melhor forma de preservar a saúde da bateria e evitar surpresas indesejadas.