É comum pensar que os carros elétricos não causam nenhum tipo de poluição, já que dispensam o uso de combustíveis fósseis. Eles, contudo, provocam outro tipo de impacto ambiental, menos intenso, mas nem sempre lembrado: a produção da energia elétrica necessária para o seu abastecimento, que também emite gases tóxicos na atmosfera. E é essa parte do ciclo de sustentabilidade que a startup WeCharge está tentando neutralizar.
“O impacto nunca é zero. Neste caso, ele vem da energia que foi disponibilizada para abastecê-lo e fazê-lo circular. Assim, quando compensamos a emissão de gases proveniente desta queima, conseguimos gerar benefícios ambientais na mesma proporção dos impactos causados”, explica o biólogo Luiz Henrique Terhorst, CEO da Carbon Free, que faz os cálculos de compensação ambiental para a WeCharge.
Um carro elétrico modelo 2020, que percorre 10 mil quilômetros, por exemplo, precisa de recargas de energia que vão emitir cerca de 200 kg de gás carbônico no ambiente. O plantio de uma única árvore nativa já pode compensar esse dano.
O plantio das árvores, no entanto, não serve apenas para compensar o gasto energético retirado da natureza para abastecer um veículo elétrico. A ideia vai além, é, também, uma forma de mostrar ao motorista, visualmente, o quanto representa a contribuição dele na preservação do meio ambiente. E, claro, ajuda também a estimular pequenas mudanças de atitudes nas pessoas que não circulam com carros elétricos.
Essa compensação está sendo feita em Santa Catarina com o plantio de espécies nativas de árvores na área urbana - uma tendência que deve, pouco a pouco, mudar a estética das cidades.
Funciona assim: a cada mês, o montante total da energia usada para carregar os carros elétricos em uma rede de eletropostos do Estado é revertido em mudas de árvores que vão compensar os impactos que esse consumo causou. As árvores têm a capacidade de absorver e armazenar o gás carbônico da atmosfera, neutralizando os poluentes emitidos pelo homem e equilibrando os impactos oriundos disso.