Os carros da Fiat, Jeep, Citroën e Peugeot produzidos no Brasil terão redução de 40% no preço das peças originais. A afirmação foi feita pelo CEO da Stellantis América do Sul, Antonio Filosa, durante entrevista coletiva com a participação do Guia do Carro. A medida é consequência da criação da Sustainera, nova empresa de economia circular criada pela supermontadora.
Os carros produzidos na Argentina e vendidos no Brasil também terão redução de preço nas peças originais, porém vai depender do grau de utilização de peças produzidas no Brasil. É o caso do Fiat Cronos, por exemplo, que é fabricado na Argentina, mas utiliza grande número de peças fornecidas por empresas brasileiras.
Segundo Paulo Solti, vice-presidente de peças e serviços da Stellantis América do Sul, a garantia dessas peças será de 12 meses para instalação na rede de concessionárias das marcas e de 3 meses para instalação em oficinas independentes. A diferença é que, no caso da aplicação na rede oficial, a Stellantis tem controle sobre a qualidade da instalação.
"Esse negócio é absolutamente necessário para cumprir nossa estratégia de descarbonização de 50% até 2030 e de 100% até 2038", comentou Filosa. Segundo ele, o impacto ecológico e econômico serão iguais, na casa de 50% para cada um. Atualmente, 90% dos carros vendidos pela Stellantis são fabricados no Brasil.
Os estudos da Stellantis indicam que 45% da redução de CO2 depende dos produtos. A troca de peças, que serão remanufaturas, prolongando a vida dos componentes em até 4x, permitirão receitas de reciclagem 10x maior. O impacto nos negócios da Stellantis vai passar de R$ 400 millhões em 2022 para R$ 2 bilhões em 2030.
"Hoje o conceito de ciclo de vida do produto é do berço ao túmulo, agora vai ser do berço ao berço", disse Filosa. A economia circular da Sustainera está dentrro dos outros 55% de redução de CO2 e permitirá uma economia de 80% dos materais. A aplicação deste conceito numa caixa de câmbio automático poupa 80% de materiais e impacta 76% na emissão de carbono.
Durante a apresentação, Filosa revelou que os novos motores GSE, que equipa o Fiat Fastback e o Jeep Compass, por exemplo, já nasceram preparados para a hibridização. Inicialmente eles utilizam o turbo com etanol. O próximo passo será a aplicação em sistemas Mild Hybrid e Full Hybrid com etanol.
Para o futuro, os carros da Fiat, Jeep, Citroën e Peugeot poderão contar com motores elétricos a bateria e até mesmo com célula de combustível a etanol. A Stellantis é adepta da transição para o elétrico via etanol, ao contrário da GM, que pretende ver os carros da Chevrolet 100% elétricos sem passarem pelos híbridos.