Os carros híbridos são um bom negócio para a transição automotiva? Não na opinião de Andy Palmer, executivo e engenheiro inglês que liderou o sucesso do Nissan Leaf em 2010 e lançou o primeiro SUV da Aston Martin. “Os híbridos são um caminho para o inferno, um beco sem saída”, disse Palmer.
“Eles são uma estratégia de transição e, quanto mais tempo você permanecer nessa transição, menos rapidamente entrará no novo mundo”, disse Palmer durante uma entrevista, publicada no Brasil pelo site Motor 1.
“Se você simplesmente atrasar a transição para os veículos elétricos e ficar com híbridos, ficará menos competitivo por mais tempo e permitirá que os chineses continuem a desenvolver seu mercado e sua liderança”, completou Palmer. “Sinceramente, acho que é uma tarefa tola.”
Na visão de Andy Palmer, a aposta nos carros híbridos é o motivo pelo qual as montadoras do Ocidente, junto com as japonesas, estão perdendo a liderança automotiva para as montadoras chinesas. A China optou pelos carros elétricos (BEVs) e, assim, está construindo rapidamente uma liderança para o futuro próximo.
Enquanto a indústria da China avança, países como Japão e Brasil investem tempo e recursos numa tecnologia que tem “fraco compromisso com a eletrificação” e significa apenas um paliativo para a descarbonização.
Andy Palmer foi globalmente reconhecido como “padrinho dos BEVs” e “eminência parda” da indústria automotiva por atuar como COO da Nissan durante a estrondosa aceitação do Leaf, carro elétrico que foi o primeiro caso de sucesso de vendas.
Depois, como CEO da Aston Martin, Palmer lançou o primeiro SUV da marca inglesa, o DBX, e o primeiro carro esportivo com motor central, o Valkyrie. Mas ele também é criticado por investir em ideias “caras”, que teriam dificultado a vida financeira das montadoras.
De qualquer forma, de pioneira e líder do segmento de carros elétricos, com o Leaf, a Nissan se tornou uma montadora sem plano, por não dar continuidade ao projeto, e hoje busca desesperadamente uma fusão com a Honda, mas dependerá da vontade da Renault, que tem a maioria de suas ações.