Jaguar Land Rover interrompe envio de carros para EUA enquanto Trump pede a americanos que 'aguentem'

A empresa automotiva foi uma das primeiras marcas globais a anunciar uma decisão frente ao tarifaço anunciado pelo presidente americano nesta semana

5 abr 2025 - 15h13
(atualizado às 15h19)
Jaguar Land Rover é uma empresa britânica como foco no mercado de veículos de luxo
Jaguar Land Rover é uma empresa britânica como foco no mercado de veículos de luxo
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

A fabricante britânica de automóveis de luxo Jaguar Land Rover (JLR) informou que "vai pausar" os envios de veículos para os EUA em abril, enquanto avalia "os novos termos comerciais" após as tarifas impostas pelo presidente Donald Trump. O anúncio feito por Washington disparou temores de uma grande guerra comercial mundial.

"Enquanto trabalhamos para abordar os novos termos comerciais com nossos parceiros comerciais, estamos tomando algumas medidas de curto prazo, incluindo uma pausa nos envios em abril, enquanto desenvolvemos nossos planos de médio e longo prazo", disse a JLR em um comunicado enviado por e-mail à BBC.

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A JLR confirmou a suspensão temporária das exportações depois que a informação havia sido publicada no jornal britânico The Times.

Esta é a primeira entre as grandes automotivas mundiais — um dos setores mais afetados pela medida — que toma a decisão de interromper o envio de seus produtos após o anúncio do aumento de tarifas por parte dos EUA a mais de 100 países.

De acordo com o governo Trump, o aumento tarifário tem como objetivo equilibrar a balança comercial dos EUA com o resto dos países.

O presidente dos EUA, Donald Trump, disse que as tarifas sobre carros importados levaria a um "tremendo crescimento" para a indústria automobilística americana, estimulando a geração de empregos e investimentos
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

No entanto, para muitos especialistas, a medida não só não ajuda a reduzir o déficit comercial dos EUA, mas também altera as bases do comércio global estabelecidas após o fim da Segunda Guerra Mundial.

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Por sua vez, o presidente americano assinalou, antes de se conhecer a decisão da JLR e após o anúncio da China de aplicar um aumento de tarifas de 34% aos produtos provenientes dos EUA, que os próximos meses vão ser "duros", mas os resultados serão extraordinários.

"A China e muitas outras nações nos trataram de forma insustentável", escreveu Trump em sua conta na rede Truth Social.

"Fomos o 'lugar para chicotear' [do comércio global], tolo e indefeso, mas não mais".

O presidente também pediu paciência aos americanos enquanto avança a aplicação das tarifas.

"Este governo está comprometido a recuperar empregos e empresas como nunca antes. Esta é uma revolução econômica e venceremos. Aguentem, não será fácil, mas o resultado final será histórico", declarou.

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