O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta quarta-feira que haverá aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre veículos, mas que o tamanho da elevação dependerá da situação do setor automotivo antes da recomposição do tributo sobre o setor entrar em vigor.
Pelo cronograma atual, o IPI sobre veículos voltaria ao seu nível normal a partir de julho. "Teremos aumento do IPI sobre veículos, poderá ser pequeno ou não, vamos avaliar a situação do mercado", disse o ministro a jornalistas. Na terça-feira, fonte do Palácio do Planalto que acompanha negociações do governo federal com montadoras afirmou à Reuters que o governo deverá elevar parcialmente as alíquotas do IPI sobre veículos a partir de julho, mas evitará que o imposto tenha recomposição integral.
O setor automotivo atravessa fase de vendas fracas mesmo com o IPI em nível baixo. Em maio, a comercialização de veículos novos no País recuou 7,2% na comparação anual, com os lojistas apostando em queda de mais de 3% no ano como um todo, informou na terça-feira a Fenabrave, entidade que representa as concessionárias.
Mantega disse ainda nesta quarta-feira que o governo não deverá anunciar medidas de estímulo ao setor automotivo alegando que as montadoras têm que solucionar seus problemas setoriais, embora tenha ressaltado que o governo federal avalia medidas para aumentar a oferta de financiamento automotivo."Estamos estudando maneiras de melhorar o crédito para o setor, mas não é certo que teremos essa medida. O setor tem que andar com as próprias pernas."
Energia
O ministro comentou ainda que não vê necessidade de aumento nos aportes do governo para ajudar distribuidoras de eletricidade a equacionar custos mais altos com energia após o período de poucas chuvas no País. "No momento não vejo necessidade de novo aporte, mas observamos o dia a dia (das distribuidoras)."
Sobre a queda de 0,3% da produção industrial em abril ante maio, Mantega disse que há variação grande nesse tipo de indicador e que é preciso aguardar o decorrer do ano para ver como o setor industrial vai se comportar