Os air bags e os freios antitravamento (ABS) serão obrigatórios nos automóveis produzidos no País a partir desta quarta-feira, de acordo com anúncio feito em dezembro pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. O ministro chegou a anunciar que a exigência seria adiada, mas a presidente Dilma Rousseff vetou uma nova data e manteve os planos iniciais.
A medida deve encarecer os modelos básicos, que não tinham os itens de segurança, entre R$ 1 mil e R$ 1,5 mil, segundo o próprio ministro. No entanto, o acréscimo pode alcançar até R$ 3 mil, como no caso do Peugeot 207 Active, que teve seu preço ajustado de R$ 30.990 para R$ 33.990 neste mês com a inclusão dos equipamentos. Passando pelo mesmo momento, o Ford Fiesta RoCam Hatch com motor 1.0 l foi para R$ 30.990 - um acréscimo de R$ 1.000 no modelo equipado com direção hidráulica, ar-condicionado, vidros e travas elétricas.
Até dezembro, 60% dos veículos que saiam das fábricas deveriam ter instalados airbag e freios ABS. O percentual sobe para 100% hoje. A normal que exige a mudança foi estabelecida em 2009.
Em nota, o Ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, afirmou que “a exigência de dotar os veículos novos com freios ABS e airbag a partir de primeiro de janeiro é um avanço no padrão dos veículos brasileiros”.
O ministro ainda destacou que Mantega “foi sensível ao compromisso assumido pelo governo de reduzir o número de vítimas no trânsito. Assim, foi dado mais um passo para preservar o que é mais importante: a vida”.
Segundo Mantega, a obrigatoriedade dos itens de segurança preocupou o governo não tanto por causa do impacto nos preços dos veículos, mas por causa do impacto no emprego. De acordo com os sindicalistas do setor, os itens de segurança poderão provocar de 10 mil a 15 mil demissões por causa da extinção das linhas de produção de determinados modelos como Kombi, da Volkswagen, e o Uno Mille, da Fiat, e o impacto sobre o setor de autopeças.
De acordo com o ministro da Fazenda, o governo pediu um compromisso das montadoras para mudarem os empregados de setor e evitar o máximo possível as demissões. Um grupo de estudo entre representantes das montadoras e do governo analisará a possibilidade de os postos de trabalho serem preservados.
O governo pediu um compromisso das montadoras para mudarem os empregados de setor e evitar o máximo possível as demissões. Um grupo de estudo entre representantes das montadoras e do governo analisará a possibilidade de os postos de trabalho serem preservados.
IPI
Além dos itens de segurança, os carros brasileiros ficarão mais caros em 2014 também por conta do fim da redução de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). Conforme projeção da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a alta será de até 5,5%. A alíquota original para veículos leves é de 7%, mas teve a redução para 2% prorrogada pelo governo federal até 31 de dezembro. Mantega já avisou que o governo avalia adotar um retorno gradual da cobrança para não gerar grande impacto no setor no início do ano. Para cada ponto percentual de aumento no IPI, a previsão da Anfavea é que o veículo fique até 1,1% mais caro.