Com o lançamento oficial do Peugeot 2008, está fechada a lista de novidades esperadas para o segmento que virou a bola da vez Brasil em 2015, o dos crossovers compactos. Último a chegar entre os realmente novos – já que Honda HRV e Jeep Renegade foram apresentados em março passado – o 2008 tem o desafio de convencer o consumidor brasileiro de que não vai seguir exatamente na mesma direção dos seus concorrentes diretos. Inclusive em relação ao Ford Ecosport e Renault Duster, modelos já bem conhecidos.
Modelo global, o 2008 brasileiro – produzido na fábrica de Porto Real, RJ - aposta forte no padrão de acabamento e no conteúdo de equipamentos de série desde a primeira versão. A Allure, equipada com motor 1.6 flex de 122 cavalos de potência e transmissão manual de cinco marchas, sai de fábrica com ar-condicionado de duas zonas, rodas de liga-leve de 16 polegadas, central multimídia com comandos por toque e navegador, porta-luvas refrigerado, sensor de estacionamento, freios ABS, 4 airbags, piloto automático e luzes diurnas em LED. A segunda versão, a Griffe 1.6, traz teto panorâmico de vidro, revestimento em couro nos bancos e dois airbags de cortina, entre outros.
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A topo de linha é a Grife THP, e essa merece atenção para dois grandes diferenciais que podem ser determinantes para sucesso do 2008: o motor 1.6 flex turbo de 173 cavalos – o mesmo que equipa o Citroen C4 Lounge – e o sistema Grip Control. Apesar de se apresentar como um crossover, a verdade é que o 2008 tem visual e comportamento mais próximos de uma perua, e um natural apelo esportivo. Ou seja, características que têm tudo a ver com o motor mais potente. Ao mesmo tempo, com o sistema Grip Control, o 2008 tem competência para encarar algumas situações mais radicais, quase como se fosse um modelo 4X4. Como diz Richard Pascal Balse - gerente de produto da PSA Peugeot Citroën – "o Grip Control é um controle de tração mais evoluído". Na prática, o sistema atua nos freios e na rotação do motor pra controlar e distribuir o torque nas rodas em situações de baixa aderência e conta com quatro modos de operação: normal, neve, areia e lama.
Ponto que pode ser alvo de insatisfação no 2008 é a transmissão automática de 04 velocidades disponível para as versões com o motor 1.6 flex de 122 cavalos, a mesma que equipa o compacto 208 e que traz aletas para trocas manuais. Apesar de bem acertada para o trabalho com o motor 1.6 aspirado, é verdade que a falta da quinta marcha joga contra a imagem do modelo. "O consumidor precisa experimentar o carro antes de qualquer crítica. Esse conjunto é muito eficiente para a proposta do carro e é muito importante para garantir redução de poluentes e consumo de combustível", explica o engenheiro Claudio Lobão, um dos responsáveis pelo projeto 2008 no Brasil.
Importante também é o comando "eco" – só disponível nas versões com transmissão automática – e que altera o tempo de passagem de marcha para diminuir o consumo de combustível. Nas versões com caixas manuais, o 2008 vem equipado com o GSI (Gear Shift Indicator), que indica no painel o melhor momento para troca de marcha, também com o objetivo de economizar combustível.
Apesar de representar a grande cartada da Peugeot para reverter a situação de baixas vendas no Brasil, a expectativa para o 2008 não é muito ousada. A marca estima vender a média de 1.000 unidades do novo crossover por mês. Bem diferente, por exemplo, da Honda com seu novo HRV, que aposta em 5.000 unidades mensais.