Por que a Volkswagen não fará Gol GTI e Gol GTS na despedida

Fãs do Volkswagen Gol, que sempre sonharam com a volta das versões GTI e GTS, terão que se contentar com o Gol Last Edition 42 anos

27 jul 2022 - 06h00
Volkswagen Gol GT Protótipo, apresentado em 2016.
Volkswagen Gol GT Protótipo, apresentado em 2016.
Foto: VW / Divulgação

O Gol GTI e o Gol GTS foram as duas versões mais apaixonantes do Volkswagen Gol, que sairá de linha este ano, após 42 anos de produção e sucesso. Por isso, muitos fãs sonharam com a volta do Gol GTI ou do Gol GTS para marcar a despedida do carro nacional mais vendido da história.

Na década passada, a Volkswagen chegou a apresentar um protótipo do novo Gol GT no Salão de São Paulo, mas ele nunca esteve sequer perto de ser produzido.

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Agora, na despedida do Gol, as versões GTI e GTS certamente teriam muitas pessoas interessadas em comprá-las. Mas a Volkswagen não considera essa possibilidade por dois motivos: financeiro e técnico. Isso porque as siglas GTI e GTS só podem ser usadas pela VW se os carros oferecerem atributos técnicos para recebê-las.

Volkswagen Gol GT Protótipo, apresentado em 2016.
Foto: VW / Divulgação

O Gol GTI é o pior caso. Quando surgiu no Brasil, no Salão de São Paulo de 1988, o Gol GTi (na época, com i minúsculo) tinha um motor muito mais potente do que o restante da gama. Era um AP-2000i de 120 cv.

Para além do visual esportivo, o carro era de fato esportivo: tinha suspensão rebaixada e dura, pneus largos de perfil baixo, volante esportivo e bancos Recaro esportivo. A relação de marchas do câmbio MT5 era curta e o carro provocava sensação de esportividade.

Para fazer um carro assim, a Volkswagen teria que usar o motor 1.4 TSI de 150 cv que equipa o atual Polo GTS. O acerto de suspensão teria de ser bem rígido. O problema é que o Gol nunca teve uma versão com essa configuração. E isso demandaria grande investimento no acerto de suspensão, freios, dirigibilidade etc.

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No caso do Gol GTS, que surgiu originalmente como Gol GT e com motor 1.8 aspirado, as exigências seriam menores, mas ainda assim altas. Uma opção seria usar o motor 1.6 aspirado que já equipou o Gol. Porém, para não ter um desempenho “frouxo”, a Volkswagen teria que mexer em seu acerto para oferecer mais potência.

A vantagem desse motor é que se encaixa perfeitamente no Gol e até recentemente era usado por ele. Mas, para quem já teve um Gol GTS 1.8 “nervoso”, um Gol GTS 1.6 poderia ser visto como uma queda de qualidade. Outra opção seria o motor 1.4 TSI, mas haveria o mesmo problema relatado no caso do Gol GTI. Quanto ao 1.0 TSI de 3 cilindros de 128 cv, também precisaria de testes.

Gol GTi estreou a injeção eletrônica e tinha um motor 2.0 de 120 cv.
Foto: VW / Reprodução

Nos dois casos, seja um Gol GTI ou um Gol GTS, a Volkswagen teria que dedicar dinheiro e tempo em testes e homologação, o que não é barato. Para vender apenas 1.000 carros, não vale a pena. Se valesse, teria feito enquanto estava com sua produção a todo vapor.

Devido a esses fatores, a Volkswagen do Brasil decidiu investir num Gol Last Edition 42 anos, que terá a mesma configuração mecânica do Gol 1.0 atual, porém com um visual marcante e muitos itens de conectividade e conforto.

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Volkswagen Gol Last Edition
Foto: Kleber Silva / Projeção

Talvez a Volkswagen decida prestar uma última homenagem ao Gol GTI ou ao Gol GTS pintando o Gol Last Edition com o visual que marcou um deles. Mas ainda assim a ideia talvez desagradasse os antigos (e atuais) fãs do Gol GTI e do Gol GTS, pois ele teria só a pintura e nada da esportividade que marcou aqueles carros. Outra possibilidade é usar o tom de azul do Nivus.

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