O Pulse Abarth é o suprassumo do que a Fiat pode fazer com seus carros. O primeiro SUV Abarth da história começou a ser vendido no Brasil e tem tudo para justificar seus preços de estreia: R$ 149.990 (BR) e R$ 154.731 (SP).
Já dirigimos o Pulse Abarth no Autódromo de Tarumã (RS) e podemos garantir: trata-se de um carro esportivo de verdade, que vai muito além de modelos “esportivados” pelo design, como o Volkswagen Virtus GTS e o Chevrolet Onix RS.
Apesar que tudo começa pela aparência do carro. O Pulse Abarth tem um design marcante. A carroceria quase idêntica à do Fiat Pulse é pintada em duas cores e traz faixas com o nome Abarth na parte inferior das portas.
As rodas são de 17”, calçadas por pneus 215/50 Dunlop SP Sport Maxx, próprios para um desempenho esportivo, com mais grip do que os pneus que equipam o Fiat Pulse normal. Elas são pintadas de preto e trazem a figura do escorpião no centro.
O escorpião é o símbolo da Abarth, marca de carros esportivos criada pelo piloto austríaco Carlo Abarth em 1949, na Itália, com o objetivo de “humilhar os rivais nas competições”. Escorpião era seu signo no zodíaco.
Por isso, a figura do escorpião aparece 13 vezes em vários lugares do carro, inclusive na grade dianteira. Não há nenhum logotipo da Fiat dentro ou fora do Pulse Abarth – a regra vem da Itália e foi cumprida no Brasil. Há apenas uma minúscula bandeirinha da Fiat no canto esquerdo da grade.
Na traseira, o design da Stellantis no Brasil inovou e, pela primeira vez, um carro da marca sai com a inscrição “Abarth” na tampa do porta-malas. O SUV esportivo tem também para-choque exclusivo e ponteira dupla de escapamento.
O ronco do Pulse Abarth é sensacional. O motor 1.3 turbo flex ruge forte neste carro. Anuncia para o público – e para o próprio motorista – que no coração do carro há uma cavalaria de respeito. São 180 cv com gasolina e 185 cv com etanol. O torque é de 270 Nm.
Com uma relação peso/potência de apenas 6,8 kg/cv, o Pulse Abarth vai de 0 a 100 km/h em 7,6 segundos. A velocidade máxima é de 215 km/h. Mesmo assim, a engenharia da Stellantis preferiu manter os freios traseiros a tambor. Os freios dianteiros são a disco, ventilados.
Houve mudança no sistema de freios, na direção (que ficou 7% mais direta e 51% mais rápida), nas suspensões (que ficaram mais duras) e nas respostas do acelerador (com apenas metade do curso do pedal o carro já entrega todo seu torque). Há uma nova geometria na suspensão, que ficou 13% mais rígida.
O câmbio automático de 6 marchas recebeu relações mais curtas para aprimorar as arrancadas e as retomadas de velocidade. O escorpião solta seu “veneno” quando o motorista aperta o botão vermelho Poison no volante de direção. Segundo a Fiat, o modo Poison do Abarth é mais do que o modo Sport do Pulse e melhora a velocidade em 42%.
Há ainda o modo normal e também é possível dirigir o Pulse Abarth no modo manual, com trocas de marcha pela alavanca do console ou pelas aletas atrás do volante.
Apesar da esportividade acentuada, o Pulse Abarth não tem as suspensões exageradamente duras como as de um Mini Cooper JCW, por exemplo. Há um relativo conforto no rodar, especialmente porque o Pulse Abarth, apesar de ter sido rebaixado em 10 mm relação ao Fiat Pulse, mostra suas características de SUV.
O Pulse Abarth tem 217 mm de vão livre e 188 mm de altura mínima do solo. Afinal, trata-se de um SUV. O preço dessa escolha é cobrado no comportamento dinâmico. Apesar do ótimo trabalho da engenharia da Stellantis para minimizar os efeitos da altura, há alguma tendência de subesterço e de pequena rolagem nas curvas mais agressivas, embora tenha melhorado 10% em relação ao Fiat Pulse.
Nada que assuste o motorista, até porque a eletrônica embarcada faz bem a sua parte – por meio da vetorização de torque e dos controles eletrônicos de estabilidade e tração. É possível desligar esses controles, mas não é recomendável, pois o carro é muito forte, considerando sua categoria (B-SUV).
Os bancos do Pulse Abarth são muito confortáveis, revestidos de couro. A posição de dirigir é excelente. A multimídia de 10” é até exagerada pela proposta esportiva do carro e traz conectividade Android e Apple. O carro também tem o Connect Me da Fiat, que possibilita algumas ações pelo telefone celular.
O painel de instrumentos do Pulse Abarth tem grafismo próprio, indicando até a mesmo a força g nas acelerações, frenagens e curvas. Tecnicamente, dentro do que é possível fazer a partir de um Fiat Pulse sem rebaixá-lo demais, o Pulse Abarth ficou primoroso.
O carro vai agradar com certeza em seu nicho de mercado e introduz o DNA esportivo dentro da categoria de SUVs compactos. O objetivo da Fiat é vender 10% do total do Pulse, atualmente algo entre 350 e 400 carros por mês.
O Pulse Abarth pode ser adquirido em qualquer uma das 520 concessionárias Fiat no país. Entretanto, o carro ficará exposto somente em 48 lojas especializadas na linha Abarth, inclusive com um local exclusivo para atender os clientes da submarca. Em breve serão 60 lojas. Esse número pode aumentar ou diminuir, dependendo do desempenho comercial e da capilaridade do SUV esportivo.
O Pulse Abarth é apenas é apenas o primeiro modelo esportivo da Fiat com essa grife. Há mais dois modelos sendo estudados. Os mais cotados para ganhar a grife Abarth são o Fiat Cronos e o Fiat Fastback.
Ficha técnica
Preços: R$ 149.990 (BR) e R$ 154.731 (SP)
Motor: 1.3 turbo flex
Potência: 180/185 cv a 5.750 rpm(g/e)
Torque: 270 Nm a 1.750 rpm (g/e)
Câmbio: 6 marchas AT
Comprimento: 4,099 m
Largura: 1,744 m
Altura: 1,544 m
Entre-eixos: 2,532 m
Vão livre entre-eixos: 217mm
Altura mínima do solo: 188 mm
Peso: 1.281 kg
Pneus: 215/50 R17
Porta-malas: 370 litros
Carga útil: 400 kg
Tanque: 47 litros
0-100 km/h: 7s6
Velocidade máxima: 215 km/h
Consumo cidade: 10,0 km/l (g) e 6,8 km/l (e)
Consumo estrada: 12,3 km/l (g) e 8,8 km/l (e)
Emissão de CO2: n/d