Review: Toyota Corolla GR-S tem belo visual, mas falta "pimenta"

Pai e filho dirigem: Toyota Corolla GR-Sport traz visual que busca atrair clientes mais jovens, mas será que agrada ao público mais maduro?

7 nov 2024 - 08h52
Toyota Corolla GR-S
Toyota Corolla GR-S
Foto: João Buffon / Guia do Carro

Líder entre os sedãs médios no Brasil há mais de 10 anos, o Toyota Corolla vive um dilema no país. Enquanto ele é visto como uma opção para consumidores mais jovens em alguns mercados, como os EUA, o modelo tem fama de ser um carro de pessoas mais maduras no Brasil. Lançada em 2021, a versão esportivada GR-Sport tenta dar um apelo mais jovial ao sedã médio em meio à crescente concorrência dos SUVs.

Como quem escreve essa matéria é um jornalista de 26 anos, decidi fazer uma dinâmica diferente de avaliação, considerando a opinião do público-alvo do Corolla em geral e a minha, como um motorista mais jovem. Pensando nisso, convidei o meu pai, Antônio Henrique, 57 anos, aposentado, para testar junto comigo o Toyota Corolla GR-Sport.

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Toyota Corolla GR-S
Foto: João Buffon / Guia do Carro

Juntos, dirigimos o sedã médio por cerca de 1.100 km em uma semana, entre as cidades de Rio de Janeiro, Petrópolis e Arraial do Cabo, todas no estado do Rio de Janeiro. Veja o que achamos do Toyota Corolla GR-Sport, que custa R$ 184.890 (ou exatos R$ 185.210, com a cor Branco Lunar da unidade avaliada).

Apesar do nome, a versão GR-Sport mantém o conjunto formado pelo motor 2.0 flex aspirado de 167/175 cv (gasolina/etanol) de potência e 209 Nm de torque. O câmbio é um automático do tipo CVT com simulação de 10 marchas. Neste quesito, a minha opinião foi semelhante à do meu pai: o desempenho não é ruim, mas falta um tempero a mais.

Toyota Corolla GR-S
Foto: João Buffon / Guia do Carro

“Achei que ele deixa desejar nas arrancadas e retomadas, perde para alguns carros com motores 1.0 turbo”, afirmou meu pai. De fato, a potência e o torque são atingidos a rotações mais elevadas – 6.600 rpm e 4.400 rpm, respectivamente, o que pode contribuir para essa sensação em certas situações. No entanto, o desempenho em geral não é ruim, assim como o consumo. Mas fica longe de empolgar como o visual.

Em números, a versão vai de 0 a 100 km/h em 9,2 segundos e chega aos 205 km/h de velocidade máxima. Já em relação ao consumo, o Inmetro divulga médias de 8,6 km/l (etanol) / 12,3 km/l (gasolina) na cidade e 10,7 km/l (etanol) / 14,9 km/l (gasolina) na estrada. Ao volante, obtivemos médias de 9,8 km/l em ciclo misto (cidade/estrada) com etanol.

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Foto: João Buffon / Guia do Carro

Em relação à direção, ambos acharam bem leve em manobras e direta em velocidades mais altas. A suspensão – que nesta versão ganhou um conjunto de amortecedores e molas preparados pela divisão Toyota Gazoo Racing – também filtra bem os impactos. Ao mesmo tempo, ela deixa o Corolla bem estável em curvas e ao acelerar, o que novamente, faz pensar que caberia um motor mais potente e esperto na receita do sedã.

Para quem quer mais desempenho, resta o GR Corolla importado, um esportivo de fato. O preço, no entanto, é bem mais elevado (R$ 416.990), e a proposta é bem mais radical, com carroceria hatch, câmbio manual e estilo mais chamativo. Por falar em design, a versão GR-Sport agradou bastante.

Toyota Corolla GR-S
Foto: João Buffon / Guia do Carro

“Achei o modelo bem imponente, chama atenção e é bem bonito”, afirmou Henrique. A versão traz alguns detalhes diferentes das demais versões do Corolla. É o caso do para-choque com design exclusivo, a grade dianteira maior e em black piano, além de uma entrada de ar com estilo colmeia na parte inferior. Na lateral, as rodas são de 17” com acabamento diamantado. Também há saias laterais.

Na traseira, há um pequeno spoiler preto na tampa do porta-malas, assim como uma saia esportiva no para-choque. Completam o visual o teto pintado na cor preta e os logotipos GR na lateral e na traseira. O porta-malas leva até 470 litros. Por dentro, o acabamento também faz jus ao visual esportivado do lado de fora.

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Foto: João Buffon / Guia do Carro

Os bancos contam com acabamento que mescla tecido suede preto e couro sintético. Também há costuras contrastantes em vermelho. Há ainda uma placa numerada no console, próximo à alavanca de câmbio. A posição de dirigir é muito boa e os bancos são confortáveis. “Não me senti cansado mesmo após seis horas dirigindo, o que é muito bom”, afirmou meu pai. Mas pelo preço do carro, faltaram ajustes elétricos.

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Foto: João Buffon / Guia do Carro

O padrão de qualidade é o mesmo das demais versões do Corolla. O painel é emborrachado na parte superior, com bons encaixes. “Gostei da qualidade das peças, o ambiente interno é bem agradável, mas não luxuoso”, concluiu Henrique. O painel de instrumentos é digital de 12,3”, e possui boa visualização, algo que agradou aos dois condutores.

Já a central multimídia de 9” foi um ponto de discórdia. Embora tenha funcionado bem com o meu pai, ela apresentou alguns engasgos e não conectou algumas vezes ao meu celular. Vale dizer que ela conta com conectividade Android Auto e Apple CarPlay sem fio. Após um reset, ela funcionou normalmente, o que pode indicar um problema pontual de software com a unidade testada. Apesar disso, a tela tem boa visualização, embora pudesse ser maior.

Toyota Corolla GR-S
Foto: João Buffon / Guia do Carro

A lista de equipamentos é boa. São sete airbags de série, além do pacote Toyota Safety Sense com ACC, farol alto automático e sistema de alerta de mudança de faixa com controle de direção, sensor de ponto cego, reconhecimento de tráfego cruzado traseiro, alerta de colisão e frenagem autônoma de emergência, chave presencial, partida por botão, paddle-shifts, ar digital, teto solar elétrico, entre outros itens.

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Em geral, o Toyota Corolla GR-Sport é uma companhia agradável no dia-a-dia. Ele une as qualidades do sedã japonês a um visual mais esportivo e jovial. No entanto, fica devendo um desempenho um pouco mais esperto e poderia ser mais em conta. A impressão que fica é a de que o acerto do carro ficaria ainda melhor com um motor turbo, por exemplo.

Toyota Corolla GR-S
Foto: João Buffon / Guia do Carro

Quando questionado, meu pai afirmou que compraria o modelo, se custasse menos. Ou então, poderia optar por uma versão intermediária, como a XEi (R$ 161.290), por exemplo, que mantém o mesmo conjunto de motor e câmbio, perde poucos equipamentos e custa R$ 23 mil a menos. Seja como for, o Corolla ainda parece agradar ao seu público de sempre, mesmo com a concorrência mais acirrada dos SUVs.

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