Quase dois anos depois da renovação na Europa, onde é fabricado pela Dacia, o Renault Sandero chega à segunda geração no Brasil com a nova identidade visual da marca. Além de mais bonito e equipado, o compacto ficou também (surpresa!) mais barato. A versão básica, que começa a ser vendida na segunda quinzena de julho, parte de R$ 29.890, ante R$ 30.550 do modelo atual, mas a redução chegou a quase R$ 2 mil nas versões que mais emplacam (veja preços abaixo).
E por incrível que pareça, a diminuição de preço não foi feita com a retirada de equipamentos. O Sandero não sai de fábrica sem direção hidráulica, ar-quente, volante com regulagem de altura, para-choque na cor do veículo e rodas de 15 polegadas, se contar os obrigatórios freios ABS e airbag. Com isso, o modelo ganha mais pontos para quem decide comprar um carro movido pela razão, e possivelmente deixará em dúvida aqueles que torciam o nariz por ele ser feio - a reestilização demorou, mas ficou até melhor que a feita pela Dacia e apresentada no salão de Paris de 2012.
Quem ganha mais é o consumidor que busca um hatch compacto, segmento que representa cerca de 50% das vendas de veículos de passeio no Brasil. Pórem, onde há maior procura há também maior concorrência, e o Sandero precisará de muito incentivo para galgar posições no ranking de emplacamentos. Atualmente ele é o 9º colocado, com 40 mil unidades de janeiro a maio deste ano, atrás de rivais como Volkswagen Gol (80 mil), Fiat Palio (68 mil), Chevrolet Onix (56 mil), Ford Fiesta (54 mil), Hyundai HB20 (46 mil) e Volkswagen Fox/CrossFox (43 mil).
A plataforma do novo Sandero é a mesma do Logan, lançado no ano passado com 80% de conteúdo novo, assim como as opções de motores: 1.0 16V Hi-Power, que estreou no Clio, e o já conhecido 1.6 l 8V. Assim como no Logan, o hatch ganhou uma nova versão topo de linha, a Dynamique, que pode ter até ar-condicionado automático - item raro no segmento.
Teste
No lançamento, em Florianópolis, dirigimos a versão mais completa, que inclui também sistema de navegação por GPS, volante multifuncional em couro e piloto automático (limitador e controlador de velocidade). O interior parece até de um carro mais sofisticado, com três mostradores redondos no painel, grande tela sensível ao toque no console central e sensor de estacionamento. Mas ao ligar o motor 1.6 l, que desenvolve até 106 cv abastecido com etanol, voltamos à realidade.
Mesmo com a melhora, o carro ainda precisa de mais para atrair o cliente pelo prazer e pelo conforto. O propulsor cumpre seu papel, sem empolgar, aliado a um câmbio razoável. Estranhamente, para acionar o controle de cruzeiro ou o limitador de velocidade, é preciso acionar um botão no painel e depois ajustar nas teclas do volante multifuncional, que não tem tantas funções assim, já que o sistema de som é controlado por meio de uma alavanca atrás da mão direita do condutor.
Se o modelo mais potente não decola, o 1.0 litro tem ainda mais os pés no chão, com seus 80 cv. Pelo menos ele se destaca no consumo, com 8,1 km/l (etanol) e 11,9 km/l (gasolina) no ciclo urbano e 9,2 km/l (gasolina) e 13,4 km/l (etanol) na estrada, segundo medição do Inmetro. No interior, a versão básica também perde os ares de sofisticação e volta "normal", sem mesmo alça de segurança superior para os passageiros.
O espaço segue o ponto forte, fazendo com que o veículo seja uma opção tanto para jovens solteiros, quanto para famílias pequenas, com 320 litros de porta-malas, que agora tem comando interno de abertura. O resumo é que o novo Sandero mantém mais ou menos as mesmas características do anterior, mas deixa para trás o problema de ser considerado "feio" e segue como uma opção melhora ainda para quem busca um bom custo-benefício.
Versões e preços
Authentique 1.0 16V - R$ 29.820
Itens de série: airbag duplo, ABS com EBD (distribuição eletrônica da força de frenagem), direção hidráulica, volante com regulagem da altura, ar quente, desembaçador do vidro traseiro, brake light, rodas 15’’ com pneu 185/65, retrovisor com regulagem interna, aberturas internas do porta-malas e reservatório de combustível.
Expression 1.0 16V - R$ 34.990
Itens de série: os mesmos equipamentos da versão Authentique, mais rádio CD MP3 2 DIN + USB + Bluetooth, vidros elétricos dianteiros, travas elétricas das portas, alarme perimétrico, computador de bordo, retrovisor na cor carroceria, maçanetas externas na cor carroceria, coluna B com acabamento em preto.
Expression 1.6 8V - R$ 38.590
Itens de série: os mesmos equipamentos da versão Authentique, mais rádio CD MP3 2 DIN + USB + Bluetooth, vidros elétricos dianteiros, travas elétricas das portas, alarme perimétrico, computador de bordo, retrovisor na cor carroceria, maçanetas externas na cor carroceria, coluna B com acabamento em preto.
Dynamique 1.6 8V - R$ 42.390
Itens de série: os mesmos equipamentos da versão Expression mais bancos com tecnologia CCT, rodas 15’’ em liga leve, faróis de neblina, vidros elétricos traseiros, piloto automático, , luzes indicadoras de direção nos retrovisores, comando elétrico dos retrovisores, banco rebatível 1/3 e 2/3 e volante revestido em couro.
O jornalista viajou a convite da Renault do Brasil.