A Volkswagen do Brasil está trabalhando em parceria com equipes da subsidiária da empresa na Índia e com engenheiros da Skoda (marca pertencente ao grupo) no desenvolvimento de um automóvel compacto com tecnologia híbrida e que seja acessível à maior parte dos consumidores. Foi o que revelou Alexander Seitz, novo presidente da montadora para a região Mercosul, em entrevista concedida na última segunda-feira, 21.
O objetivo, segundo Seitz, é criar uma base sobre a plataforma modular MQB A0 (a mesma usada atualmente pelos modelos Polo/Virtus, T-Cross e Nivus) que possa ser compartilhada posteriormente por veículos destinados aos mercados emergentes de América do Sul, África e Ásia, assim como alguns países europeus, como Itália e Espanha, que possuem cultura de carros compactos.
Sobre o tipo de tecnologia híbrida a ser usada, o executivo disse que todas (híbrida leve, híbrida convencional e Plug-In) podem ser adotadas, mas a tendência é que Brasil e Índia a utilizem combinada com motor flex. “O importante é o foco nos custos, o carro precisa ter alto grau de peças produzidas localmente e ser competitivo, ser financeiramente viável”, declarou.
Todavia, Alexander Seitz deixou claro que o novo veículo vai demorar “alguns anos” até ficar pronto. Além disso, provavelmente ele será lançado inicialmente na Europa, para só depois chegar aos mercados emergentes.
A entrevista do novo presidente da Volkswagen América do Sul ocorreu durante a inauguração da unidade de pesquisa e desenvolvimento “Way To Zero Center”, instalada na fábrica Anchieta, que vai concentrar projetos e tecnologias que contribuem para a descarbonização na região América do Sul.
“Almejamos ser um parceiro chave do grupo Volkswagen para estratégias e projetos sustentáveis em mercados emergentes por meio de geração, gestão e intercâmbio de conhecimento sobre tecnologias de baixo carbono e aspectos relacionados à sustentabilidade”, afirmou Ciro Possobom, vice-presidente de finanças e estratégia de TI da VW para a América do Sul.