10 coisas que você pode fazer para facilitar a vida de uma mulher negra

Atitudes como oportunidades de trabalho e entendimento das vivências ajudam a combater o racismo e o machismo presente na vida das mulheres

20 fev 2024 - 05h00
Dados apontam uma sobrecarga das mulheres negras brasileiras, tanto no âmbito social quanto no profissional
Dados apontam uma sobrecarga das mulheres negras brasileiras, tanto no âmbito social quanto no profissional
Foto: iStock/FG Trade

Você sabia que 62% das mães solo são negras? E que 57% das mulheres negras que chefiam a família trabalham em áreas de cuidado como serviços domésticos, saúde e educação?

Dados como esses, levantados em 2023 pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócioeconômicos), a partir Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), escancaram a sobrecarga das mulheres negras no Brasil. 

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Além disso, dados de violência revelam que são elas as maiores vítimas. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, 56,8% dos casos de estupro envolvem mulheres negras, assim como 61,1% dos casos de feminicídio. 

Inspirados nesta publicação da escritora e jornalista Claudia Lima, originada pela plataforma Vibes of a Black Girl, o Terra NÓS listou 10 coisas que você pode fazer para facilitar a vida de uma mulher negra. Confira:

1. Entenda que mulheres funcionam fora da dor

Exatamente por conta dos dados alarmantes é necessário compreender as mulheres negras para além da dor. Reconhecer os problemas é o primeiro passo para pensar em estratégias para mudar a estrutura, mas esse estereótipo não deve ser reforçado diariamente, apenas relembrando todos os anseios e dilemas.

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2. Remunere corretamente

Mulheres ganham, em média, menos do que homens e mulheres negras menos do que mulheres brancas. Um passo importante para a mudança é eliminar essa igualdade, pagando corretamente o trabalho ofertado por mulheres negras. 

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3. Crie oportunidade

Além da remuneração é preciso oportunidade, não só de trabalho, mas também em cargos de liderança  e de tomada de decisão, permitindo assim que as visões das mulheres negras estejam presentes nos processos. 

4. Sem objetificação

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Mulheres negras, por conta de uma estrutura racista e uma colonização escravocrata, são constantemente sexualizadas e fetichizadas. Combater essa objetificação é uma parte importante da luta das mulheres. 

5. Ofereça ajuda

Muitas vezes mulheres negras tentam lidar com todos os problemas sozinhas. Por isso oferecer ajuda, de forma direta e sem o verniz de caridade, pode ser algo extremamente positivo. 

6. Esqueça o rótulo de forte

Quando não sexualizadas, mulheres negras são colocadas como bravas, valentes, fortes e rotuladas de "guerreiras". Celebrar conquistas e reconhecer qualidades é diferente de perpetuar estereótipos. Ninguém quer ser forte o tempo todo. 

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7. O fim da "negra raivosa"

Outra característica geralmente atribuída às mulheres negras é de serem violentas e "barraqueiras", reforçada muitas vezes em produções audiovisuais e reality shows. Fique atento para não confundir quando uma mulher negra está sendo firme em suas posições. 

8. Além do mês da Consciência Negra

As vozes das mulheres negras são importantes o tempo todo e não apenas em datas especiais como o mês da Consciência Negra ou o Dia da Mulher. É fundamental abrir espaços para suas falas constantemente e ouvi-las efetivamente. 

9. Lute por políticas públicas

A efetividade dos programas de cotas para o combate às desigualdade já está mais do que comprovada e por isso se faz cada vez mais necessário olhar para recortes específicos: pensar processos exclusivos para mulheres negras é um bom caminho para mudar a estrutura racista e machista da sociedade atual. Além do setor privado, as cotas devem ser uma política pública, em diversos setores, inclusive nos poderes judiciário e legislativo.  

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10. Pesquise e aprenda

Ninguém que é vítima de opressão tem obrigação de explicar os impactos ou motivos dessa opressão. Hoje, o que não faltam são livros, filmes, séries, vídeos e conteúdos em veículos e redes sociais onde você pode se informar e não sobrecarregar ainda mais mulheres negras para tirar suas dúvidas.

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Fonte: Redação Nós
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