Comumente chamado de "transição de gênero", o processo em que pessoas se entendem trans e passam a viver no gênero em que se identificam não vem com um manual. São questões individuais que cada um vivencia à sua maneira, mas existem atitudes bem-vindas que ajudam a transmitir apoio para quem passa por essa situação.
Pensando nisso, o influenciador Stefan Rio da Costa, conhecido pelo perfil @transboylife, que é graduado em Direito e Publicidade e Propaganda e colunista do Voz das Comunidades, listou sete dicas essenciais para apoiar alguém em transição e a equipe do Terra NÓS complementou a lista. Confira:
1. "Respeito ao nome e ao pronome é a base do apoio"
Sempre utilize o nome escolhido, assim como os pronomes, que podem ser feminino (a, ela e dela), masculino (o, ele, dele) ou neutro (e, elu, delu). Caso a pessoa não indique expressamente qual o pronome desejado, basta perguntar e seguir o desejo da pessoa.
2- "Se você ver elu sofrendo transfobia e não ter reação, reaja por elu"
O combate à transfobia é uma luta de todo mundo e, muitas vezes, a pessoa que está sofrendo essa violência tem dificuldade em reagir ou rebater. É importante que você se posicione, sempre tomando o cuidado para não expor a vítima.
3- "Evite perguntas invasivas, ninguém merece suas perguntas idiotas"
Serviços de buscadores estão disponíveis na internet e o que não faltam são conteúdos didáticos e informativos sobre questões de gênero. É lá que você deve tirar dúvidas, em especial quando as dúvidas são de cunho particular.
4- "A transição é mais do que aparência física"
Cada pessoa tem seu tempo e também sua estética. Marcadores sociais de feminilidade e masculinidade não são obrigatórios, por isso sempre respeite o gênero, nome e pronome escolhidos, independente da aparência da pessoa.
5- "Seja aliade na luta contra a transfobia de modo geral, não só com a pessoa trans que você conhece"
Quando você acolhe uma comunidade, você acolhe todas as pessoas que compõem essa comunidade e fortalece tanto a coletividade quanto a individualidade. A luta contra a transfobia é estrutural e não deve se limitar a quem você se relaciona.
6- "Cada transição é única porque cada pessoa é uma pessoa, então evite comparações"
"Ah, mas fulana fez cirurgia", "porque ciclano já mudou os documentos", "na novela a personagem se coloca de tal forma". Nenhuma dessas declarações e comparações ajuda no processo individual de transição, então as elimine do seu repertório.
7- "Esteja disposto a aprender e corrigir seus erros. Errar é normal, a transfobia é insistir na sua burrice"
Desculpas sinceras é tudo que você pode fazer quando cometer um erro, além de, claro, não repeti-lo.
8 - Elimine palavras e expressões do seu vocabulário
Sabe aquele papo de que o mundo ficou chato e agora não pode falar um monte de coisa? Então, não seja uma pessoa que se apoia nisso para propagar preconceitos. O Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp), versão 2023-2024, contém mais de 382.000 palavras, ou seja, o que não faltam são formas de falar o que você quer sem ofender ninguém.
9. Conhecimento é bom para todo mundo
Além de facilitar o suporte para quem está em processo de transição, conhecer as realidades das pessoas trans, assim como de qualquer grupo historicamente marginalizado, faz com que você amplie sua visão de mundo. Ouça o outro com atenção, leia, pesquise, assista a filmes e séries. Quanto mais você souber, melhor para todo mundo.
10. Acabar com a transfobia é um trabalho de quem criou a transfobia
Esse é um ponto fundamental: a transfobia é um problema criado pelas pessoas cisgênero, então cabe a elas também a eliminação dessas violências. Respeitar e apoiar uma pessoas trans durante seu processo de transição é um primeiro passo nessa direção.