A cantora Liniker foi a entrevistada do "Roda Viva" desta segunda, 12, na TV Cultura e emocionou as jornalistas responsáveis pelas perguntas. Ao ser questinada pela apresentadora Adriana Couto sobre o início da carreira, a cantora foi às lagrimas.
"A poesia e a palavra têm sido as minhas maiores aliadas. Desde que eu comecei a escrever, a querer falar sobre sentir, que é uma coisa tão honesta mas até isso é tirado da gente. [...] Foi a música que me alimentou, foi a música que me fez sonhar, foi a música que me fez resistir," respondeu Liniker, chorando.
O momento pegou toda a bancada de surpresa. Adriana, que foi a primeira jornalista a entrevistar a cantora no início da carreira, se emocionou junto e até a apresentadora do programa, a jornalista Vera Magalhães teve de se conter.
Emocionada, @Liniker chora ao falar sobre o começo da carreira e sua trajetória profissional.
"Foi a música que me alimentou e me fez reexistir", diz a artista. #RodaViva pic.twitter.com/CVpTlNxyuI
— Roda Viva (@rodaviva) December 13, 2022
Ao longo da entrevista, a cantora falou sobre pontos importantes da carreira como cantora e atriz e da vida como um todo, além das questões de gênero, que muitas vezes sentiu se sobrepor ao seu trabalho, em especial pela cobertura da mídia.
"Tive entrevistas que eu decidi parar porque não tinha espaço para falar sobre o sucesso de Liniker e os Caramelows" relatou. Ela também lembrou que, ao ganhar o Grammy Latino de Melhor Álbum de Música Popular Brasileira com o disco "Indigo Borboleta Anil" e Melhor Canção por "Baby 95", indagou a jornalistas presentes: "Agora que eu ganhei um Grammy, vocês vão falar do meu trabalho?".
Liniker falou ainda sobre questões políticas e raciais, para a bancada composta pela também cantora e compositora Raquel Virginia, a editora-assistente do Splash UOL, Livia Venaglia, o diretor e roteirista Pedro França, o editor do Guia Negro Guilherme Soares Dias, além de Adriana Couto e Vera Magalhães.
"Roda Viva" é o mais longevo programa de entrevistas brasileiro e estreou em 1986. Em 36 anos, apenas duas outras pessoas trans estiveram no centro da roda: a cartunista Laerte e a deputada federal eleita Erika Hilton.