A 10ª edição da pesquisa "Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher" do DataSenado divulgada na última quarta-feira, 28, revela que 61% das brasileiras agredidas nos últimos 12 meses não notificaram a autoridade policial. Além disso, 48% das entrevistadas que diziam não ter sofrido violência não se deram conta de que, na verdade, passaram por situações violentas.
Estudo
A pesquisa analisou os dados coletados sob dois aspectos: o da proporção de mulheres agredidas que afirmam terem feito denúncias policiais e o do grau de percepção delas sobre as violências vividas.
"Para o cálculo da subnotificação policial, verificou-se quantas mulheres declararam já ter sofrido algum tipo de violência doméstica ou familiar provocada por um homem nos últimos 12 meses e quantificou-se, dentre essas, as que afirmaram ter denunciado e as que afirmaram não ter denunciado na delegacia da Mulher e/ou na delegacia comum. Nessa análise, percebe-se que 61% das brasileiras agredidas nos últimos 12 meses não notificaram a autoridade policial", afirmou o relatório.
A pesquisa também diferenciou "violência percebida" de "violência vivida". No primeiro caso, a entrevistada declarou já ter sofrido algum tipo de violência doméstica ou familiar, de forma geral.
Já a "violência vivida" foi quando a entrevistada afirmou não ter sofrido violência, mas respondeu 'sim' para uma das 13 situações específicas e objetivas listadas na entrevista como por exemplo, insultos, humilhações, dentre outros.
A análise de percepção revelou que pelo menos 48% das brasileiras sofreram algum tipo de violência doméstica ou familiar, sem se dar conta.
O levantamento é realizado pelo Senado em parceria com o Observatório da Mulher contra a Violência (OMV) a cada dois anos e integra uma série histórica iniciada em 2005. Na última edição foram entrevistadas 21.787 brasileiras, com 16 anos ou mais, por telefone, entre os dias 21 de agosto e 25 de setembro de 2023, em amostra representativa da opinião da população feminina brasileira.