A discriminação de gênero tem sido um desafio para o desenvolvimento profissional feminino. Devido às interseccionalidades, ela pode ser ainda mais desafiadora para mulheres negras, da comunidade LGBTQIA+ e com deficiência.
Para enfrentar essas barreiras e incentivar a criação de um mercado de trabalho cada vez mais diverso e inclusivo, é preciso primeiro entender o que são esses comportamentos, mapeá-los dentro da organização e criar um plano estratégico para evitá-los. Neste processo é muito importante estipular metas e fazer o monitoramento das iniciativas.
Veja tipos de preconceitos mais comuns sofridos por mulheres no mercado de trabalho.
Sexismo
A discriminação com base no gênero afasta, por exemplo, meninas e mulheres das disciplinas que integram a sigla STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática, em inglês) e também as coloca como maioria nas profissões que envolvem cuidado, como enfermagem. Embora elas sejam 54% dos doutorandos do País, em disciplinas como Ciência da Computação e Matemática são menos de 25%.
Etarismo
Pesquisa Global Learner, realizada pela Pearson em parceria com a Morning Consultancy, ouviu 6 mil mulheres em diversos países, incluindo o Brasil, e 65% das entrevistadas afirmaram que a discriminação por idade as afeta no trabalho. Quando jovens, não são consideradas qualificadas o bastante, e depois dos 50, são desvalorizadas. Uma das maneiras de fugir desses estereótipos é promover treinamentos que sejam capazes de prepará-las para assumirem cargos de liderança durante diferentes fases da vida.
Maternidade
O IBGE mostrou que, em 2021, apenas 54,6% das mães de 25 a 49 anos com crianças de até 3 anos estavam empregadas. A situação é ainda pior no caso das mães negras: só 49,7% delas tinham emprego. E, mesmo quem tinha um cargo, sofria com a falta de acolhimento nas organizações, o que, muitas vezes, é o principal motivo que as leva ao empreendedorismo. Medidas como licença parental, flexibilidade de horários, espaços para lactantes e creches, felizmente, têm sido mais frequentes.
Assédio
Em pesquisa do Instituto Patrícia Galvão, 76% das entrevistadas já tinham sofrido algum tipo de assédio, violência ou constrangimento no trabalho. As consequências vão da queda no rendimento até depressão. Numa economia cada vez mais digital, as situações de assédio se repetem nas redes corporativas e já chegaram no home office.
Violência doméstica
O Instituto Maria da Penha avalia que mulheres em situação de violência doméstica faltam ao trabalho em média 18 dias por ano, um prejuízo de aproximadamente R$ 1 bilhão ao País— sem falar nos imensos danos emocionais e afetivos enfrentados por elas. Magazine Luiza e Uber são exemplos de investimentos em prevenção e acolhimento, o que inclui até transferência de sede.