5 pontos fundamentais para entender a cultura do estupro

Expressão é usada para descrever a normalidade com que a sociedade trata a violência sexual contra as mulheres. Você pode estar contribuindo

10 abr 2023 - 05h00
As diferenças sociais que existem entre homens e mulheres norteiam a cultura do estupro
As diferenças sociais que existem entre homens e mulheres norteiam a cultura do estupro
Foto: Reprodução: iStock

Em maio de 2016, um crime bárbaro chocou o país e foi o assunto principal dos noticiários e das redes sociais. Uma adolescente de 16 anos foi vítima de um estupro coletivo no Rio de Janeiro. Cerca de 33 homens a violentaram e gravaram o ato. 

Na época, as imagens foram divulgadas pelos próprios criminosos e o episódio levantou um debate sobre um conceito que, apesar de antigo, é pouco conhecido e discutido: a cultura do estupro.

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O Terra NÓS separou 5 pontos para ajudar a entender a expressão que é usada para descrever a normalidade com que a sociedade trata a violência sexual contra as mulheres.

1. Significado da expressão

O termo "cultura do estupro" surgiu na década de 1970 e é utilizado para descrever um contexto onde a violência sexual contra as mulheres é banalizada, aceita e normalizada na mídia e na sociedade.

As diferenças sociais e de gênero que existem entre homens e mulheres norteiam a cultura do estupro, pois as mulheres são, muitas vezes, colocadas como inferiores e vistas como propriedade do homem. Essas diferenças ainda fazem com que as mulheres sejam vítimas de diversas violências, física, psicológica e também sexual.    

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2. Diferença dos gêneros desde o nascimento 

A cultura do estupro está presente desde o nascimento de um bebê, quando os pais e familiares criam expectativas de que, se for menino, ele será forte e dominador, mas, se for menina, que ela seja delicada e cuide do marido e da casa. Dessa forma, é esperado que o homem seja agressivo, pois isso faria parte da sua natureza. Aqui, já teve início a normalização da agressividade e, por consequência, de episódios violentos.  

3. Colocar a "culpa" na mulher

“Ela não deveria usar essas roupas”, “ela não deveria estar na rua naquela hora”, “ela não deveria ter bebido” ou “ela é uma mulher fácil” são alguns comentários que estimulam a normalização do estupro. Essas frases representam a objetificação das mulheres, um pensamento dominador presente no machismo e no patriarcado, onde o homem se enxerga superior à mulher.

4. Vergonha de denunciar

Essa forma de "jogar" a culpa por uma violência cometida por um homem na figura feminina afirmando que foi uma atitude dela que provocou a violência é um instrumento que também impede a denúncia do crime, seja por vergonha ou porque a mulher acaba acreditando que ela foi a culpada. E, assim, a impunidade masculina se perpetua.

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Vale reforçar que a vítima nunca tem culpa! Independente da roupa que use, de onde esteja, ou com quem esteja.

5. O seu papel na cultura do estupro

Ao reproduzir pensamentos e piadas sexistas, você também está contribuindo com a cultura do estupro e com a objetificação da mulher. Além disso, quando se desrepeita uma mulher no trabalho, quando ela diz "não" em um encontro e alguém comenta que ela estava apenas se fazendo de "difícil", quando se relativiza a violência sofrida pela mulher minimizando a gravidade da situação, tudo isso, de maneiras diferentes, fortalece essa naturalização da violência contra a figura feminina.

NÓS Explicamos: afinal, o que causa o estupro?
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Fonte: Redação Nós
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