Acusado de matar Marielle Franco e Anderson Gomes, o ex-policial militar Ronnie Lessa fez um acordo de delação premiada no caso de investigação da morte da vereadora. A delação ainda precisa passar pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), que irá analisar o acordo.
A homologação da delação de Lessa depende da verificação das informações fornecidas por ele por parte dos investigadores envolvidos no caso.
A delação premiada é uma ferramenta legal na qual o réu obtém benefícios ao cooperar com as autoridades, seja para resolver ou prevenir crimes.
De acordo com o The Intercept, Lessa teria apontado Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, como o mandante do crime. Em 2019, o nome do ex-deputado chegou a aparecer nas investigações por suspeita de atrapalhar o andamento do caso.
Em 2018, Marielle e Anderson foram mortos a tiros no Rio de Janeiro. Um ano depois, Ronnie Lessa, acusado de fazer os disparos, e Élcio de Queiroz, que dirigia o veículo usado no dia e também é ex-policial, foram presos pelo crime.
Em julho do ano passado, Queiroz fechou um acordo de delação, confessando ter participação no crime. Em 2021, Lessa e parentes foram condenados por destruição de provas. O ex-policial teria jogado as armas utilizadas no crime no mar da Barra da Tijuca.
À medida que as investigações sobre o caso indicaram o suposto envolvimento de Domingos Brazão, que possui foro privilegiado por ser conselheiro do TCE-RJ, em outubro do ano passado, o inquérito foi encaminhado ao Superior Tribunal de Justiça.