“É muito para uma mulher!”. Esse foi um dos comentários recebidos por Tarciana Medeiros, presidente do Banco do Brasil, que teve uma proposta de aumento salarial de 56,7% negada pela Assembleia Geral dos Acionistas do BB. Para ela, a “discussão desnecessária” sobre a remuneração trouxe uma exposição de sua vida pessoal e a tornou alvo do que chamou de “tribunal da internet”.
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“Percebi que não era sobre mim. Que não era sobre minha situação pessoal. Era sobre eu ser uma mulher ocupando um espaço de poder. Um espaço que ‘deveria’ ser de outra pessoa. Agora é que eu não posso me calar de jeito nenhum”, afirmou, durante apresentação no evento Women on Top 2024, neste sábado, 4.
No último dia 26, ela teve seu salário reajustado em 4,62% – o mesmo aumento concedido para os vice-presidentes e membros da diretoria do BB. Caso seu salário tivesse aumento de 56,7%, como solicitado inicialmente, sua remuneração passaria de R$ 74.972 para R$ 117.470.
Segundo levantamento da Forbes, se o aumento tivesse sido concedido na integridade, somando outras remunerações de Tarciana, seu ganho anual poderia se aproximar de R$ 4 milhões. E, apesar de ela ter sido julgada sobre o valor que poderia receber, o montante ainda seria abaixo do que seus pares -- homens -- recebem na iniciativa privada.
“Quantas de nós não fomos desacreditadas no nosso ambiente de trabalho? Enquanto a nossa sociedade for desigual, enquanto nós não assumirmos nosso papel de busca por equidade, vamos passar por situações como essa”, afirmou, no Women on Top.
Sobre isso, a presidente do banco reforçou a importância de que haja uma forte rede de apoio entre as mulheres. “Algo que temos que aprender com os homens”, pontuou. Para ela, não há mais tempo para que mulheres rivalizem entre si.