A atriz Alice Braga, em uma entrevista ao videocast “Conversa Vai, Conversa Vem” do jornal O Globo, falou sobre sua sexualidade e refletiu sobre a maior aceitação que a sociedade demonstra atualmente.
“Hoje, há menos preconceito, não há isso de botar numa caixinha ou num tipo de personagem”, declarou.
Em seguida, Alice revelou que enfrentou uma jornada para superar seus próprios preconceitos e aceitar sua sexualidade.
“A gente fica com medo do que os outros vão achar, se pergunta: ‘Por que eu sou assim?’. Não é uma escolha. Desejos são desejos, eu sinto, eu sou. Quando estava descobrindo minha sexualidade, senti uma pressão grande para falar o que eu era. Nem eu sabia o que eu era. Se era bi, gay, hétero”, contou a atriz.
“E tinha esse lugar do julgamento e de como o mundo olhava para isso, principalmente, na nossa profissão. Se ia virar um estereótipo ou não. Passei por esse processo no início dos meus 20 anos. Depois, passou a ser mais natural. Hoje, vivo minha vida bem mais aberta”, disse ao “Conversa Vai, Conversa Vem”.
Alice Braga também destacou que o preconceito ainda permanece enraizado no Brasil. “Mas ainda somos um país altamente homofóbico, transfóbico, o que é muito grave”.
“O mais triste é pensar quantos jovens estão sofrendo com isso. Imagina as pessoas trans, viver num corpo que não sente que é o seu? Temos que estar abertos sobre isso porque é sobre o amor, sobre deixar o outro ser o que é”.
Maternidade
Alice, que atualmente namora a diretora Renata Brandão, falou sobre a maternidade. “Pensei muito nisso nos últimos anos. Nunca tinha pensado na minha vida sem filhos. Pensava: ‘Vou ter filho’. Mas aí, trabalho, trabalho. E também comecei a pensar: ‘Quero, não quero’. Não decidi se quero ser mãe, mas, para mim, a maternidade não passa, necessariamente, pelo meu corpo físico. Você pode ser mãe sem ser fisicamente”.
“A maternidade, nesse exato momento é uma questão que ainda não penso e não consegui chegar numa decisão. Não tem um ‘não quero ter filho’, mas tem ainda um lugar em mim que questiona. Estou no momento de decidir. E também tem aquele papo de ativista do clima: é difícil hoje em dia olhar e falar: ‘Vou ter um filho no mundo de hoje’. Dá medo”, concluiu.