Um dos amigos do ex-jogador Robinho, condenado a nove anos de prisão por estupro coletivo, contou a sua versão sobre o caso e disse que não houve crime naquela noite de janeiro de 2013, mas uma ‘orgia’. Clayton Florêncio dos Santos, conhecido como Claytinho, defendeu o atleta, afirmando que ‘destruíram a vida’ dele em entrevista exclusiva ao podcast Grampos de Robinho, do UOL.
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Robinho foi preso em Santos, no último dia 21, e está na Penitenciária 2 de Tremembé, no interior de São Paulo, onde deverá cumprir a sentença, decidida em última instância na Itália em 2022. Como ele deixou o país antes e ser processado, não foi preso lá. Após o STJ decidir que o ex-jogador deve cumprir a pena no Brasil, o pedido de prisão imediata foi expedido. Ele deve cumprir a sentença em regime fechado, uma vez que o crime é considerado grave e tem pena maior que 8 anos de prisão.
“Estuprador tem que morrer na cadeia. Estuprador tem que morrer. Mas o Robinho não estuprou ninguém. Os amigos do Robinho não estupraram ninguém", alegou com exclusividade ao site.
O amigo contou que estava na noite do crime pelo qual o ex-jogador foi condenado, que ocorreu no barco Sio Café, em Milão. A vítima é uma mulher albanesa, com quem Claytinho tinha contato há cerca de um ano por uma rede social. Ele afirma ter achado estranho ver a jovem com mais de um amigo seu.
Ao longo da noite, a vítima teria bebido vodka, servida pelos brasileiros, mas negou que ela estivesse embriagada. "Ela estava sempre tomando, sempre bebendo. Tomava um drink, o copo sempre cheio, ela não virava."
Ao final da noite, ela passou mal “por causa da bebida”, admite o amigo de Robinho. Na ocasião, ela chegou a chorar por estar passando mal. “'Pô, estou passando mal, tenho que falar com as minhas amigas.' E vomitava”, esclareceu.
A Justiça italiana entendeu que a jovem estava inconsciente naquela noite, embora o ex-jogador e os amigos digam que as relações foram consensuais. "Participamos de uma orgia. Com a consciência de todo mundo", diz. No entanto, escutas de conversas entre eles sobre o caso ajudaram na investigação, e consequentemente, na condenação do atleta.
Outros envolvidos
Além de Robinho, o motorista Ricardo Falco também foi condenado pela justiça italiana, mas ainda espera saber se também deverá cumprir a pena em solo brasileiro. Clayton Santos, Fabio Galan, Rudney Gomes e Alex “Bita” Silva foram denunciados pelo caso, mas a ação está parada porque eles nunca chegaram a ser oficialmente informados da acusação, conforme a reportagem. Então, não poderiam se defender.
Claytinho é o único amigo de Robinho que não aparece nos clipes, usados como prova nas reportagens sobre o caso. Entretanto, nas gravações, o ex-jogador diz que ele participou do ato. Mas o amigo diz que as palavras dele foram em tom de brincadeira.
"O cara não cometeu crime nenhum. O único crime que o Robinho cometeu ali foi naqueles áudios, naquela brincadeira que ele fez. [...] Ele falou um monte de merda. Quem está com a gente, sabe: ele fala um monte de merda brincando. Destruíram a vida do Robinho. Eu me sinto muito preocupado também”, declarou.
Detalhes
Segundo Clayton, Robinho o chamou até a chapelaria em determinado momento da noite. “Cheguei lá, ela estava transando com o Alex, com o Falco. Mas estava transando normalmente. Fiquei até surpreso porque eu e ela, a gente tinha um carinho, a gente trocava ideia normal. Ela estava transando normalmente. Ela não estava totalmente bêbada. Eu tentei transar, não consegui. Eu lembro que o Galan também [tentou], acho que por causa do sarro, né? O Galan também não conseguiu”, afirmou.
O amigo também diz que o ex-jogador também tentou ‘transar’ com a jovem, mas não tinha camisinha. “Ela falava assim: 'Só com camisinha'. O Robinho, p*rra, tem a esposa dele, morre de medo. Imagina quantas mulheres querem sair com o Robinho, milhares”, alegou.
Ele declarou também que Robinho tem a ‘memória curta’, ‘tanta coisa na cabeça’ devido ao trabalho e marketing, e por isso, disse que ela estava bêbada nos áudios veiculados em reportagens.
“Então o Robinho falou bobagem. O Robinho falou coisas... Ali ele não sabe nem o que ele estava falando.” Clayton ainda defende os amigos, dizendo que ninguém estuprou a libanesa. “Participamos de uma orgia. Com a consciência de todo o mundo. Teve gente que conseguiu fazer e teve gente que não. Isso tá em todo lugar da sociedade. Eu frequentei durante muito tempo [casa de swing], e sempre com os amigos, 'vamos dar um pulinho ali'. Então, pra você ver, quem gosta disso, procure o local certo pra isso. Não sai por aí atacando ninguém, pegando ninguém à força, porque todos nós não precisamos”.