Melhor amigo de Daniel Alves, Bruno Brasil afirmou nesta sexta-feira, 14, que o brasileiro apenas flertou com a mulher que acusa o atleta de estupro na boate Sutton, em Barcelona. Bruno estava com o jogador na noite em que ele teria abusado sexualmente da jovem, o que levou à cadeia. O lateral-direito está preso desde o dia 20 de janeiro.
"Ela se aproximou dele dançando e se esfregando", disse Bruno ao programa Y Ahora Sonsoles, da emissora espanhola Antena 3. O relato foi dado nesta sexta, a três dias de um novo depoimento de Daniel Alves perante o juiz.
Segundo a versão de Bruno, Daniel Alves se afastou da vítima para ir ao encontro de outras mulheres e ela foi atrás dele. "Eles entraram e saíram do banheiro juntos e cerca de 15 minutos se passaram", contou ele.
Bruno Brasil, que é chef e nutricionista, tem sido uma das poucas pessoas a visitar Daniel Alves na prisão. O Estadão buscou contato com o profissional após o ocorrido, mas não obteve retorno. Ele acompanhou Joana Sanz, que recentemente anunciou o fim do casamento com Daniel Alves, nas vezes em que a modelo foi até a prisão.
Daniel Alves completou na última segunda-feira 80 dias preso no presídio Brians II, nos arredores de Barcelona. O lateral-direito responde por estupro e agressão sexual contra uma jovem em boate da capital catalã, ainda em dezembro. Desde então, a vida do jogador se transformou. Sua rotina na prisão se resume em algumas poucas atividades, como jogar futebol com outros presos e algumas poucas visitas.
Sem clube depois que o Pumas, do México, rescindiu seu contrato, o brasileiro não conseguiu junto à Justiça espanhola autorização para responder pelo caso em liberdade.
Ainda não há uma data para que o caso de Daniel Alves tenha seu veredito na Justiça da Espanha, mas ele deve ocorrer ainda em 2023. Em outubro de 2022, o Código Penal da Espanha foi alterado com a adição de uma nova lei, a qual prevê que os crimes sexuais devem ser tipificados de acordo com o consentimento da vítima. Chamada de "Só sim é sim", a legislação passou a considerar que todos os atos sexuais não consensuais passaram a ser considerados violência.
ENTENDA O CASO
Daniel Alves teve a prisão decretada no dia 20 de janeiro. Ele foi detido ao prestar depoimento sobre o caso de agressão sexual contra uma mulher na madrugada do dia 30 de dezembro. O Ministério Público pediu a prisão preventiva do atleta de 39 anos, sem direito à fiança, e a titular do Juizado de Instrução 15 de Barcelona acatou o pedido, ordenando a detenção.
A acusação se refere a um episódio que teria ocorrido na casa noturna Sutton, em Barcelona, na Espanha. O atleta, que defendeu a seleção brasileira na Copa do Mundo do Catar, teria trancado, agredido e estuprado a denunciante em um banheiro da área VIP da casa noturna, segundo o jornal El Periódico. Ela procurou as amigas e os seguranças da balada depois do ocorrido.
A equipe de segurança da casa noturna acionou a polícia catalã (Mossos d'Esquadra), que colheu depoimento da vítima. Uma câmera usada na farda de um policial gravou acidentalmente a primeira versão da vítima sobre o caso, corroborando o que foi dito por ela no depoimento oficial. A mulher também passou por exame médico em um hospital. Daniel Alves foi embora do local antes da chegada dos policiais.
Segundo a imprensa espanhola, a contradição no depoimento do lateral-direito foi determinante para o Ministério Público do país pedir a prisão e a juíza aceitar. No início de janeiro, o jogador deu entrevista ao programa Y Ahora Sonsoles, da Antena 3, em que confirmou que esteve na mesma boate que a mulher que o acusa, mas negou ter tocado na denunciante sem a anuência dela e disse que nem a conhecia.
No depoimento, porém, de acordo com os meios de comunicação da Espanha, o atleta afirmou que esteve com a mulher, mas sem ato sexual. Posteriormente, admitiu ter feito sexo, mas alegou que a relação foi consentida. Segundo a rádio Cadena SER, imagens da vigilância interna do local confirmam que Daniel Alves ficou 15 minutos com a mulher no banheiro. Material coletado encontrou vestígios de sêmen tanto internamente quanto no vestido da denunciante. O Pumas, do México, anunciou que o contrato de trabalho de Daniel Alves com o clube foi rompido por justa causa. Daniel teve ainda negado pedido para responder o caso em liberdade. Ele pode ser condenado a dez anos de prisão.