Amigos de Silvio Almeida relatam que ele está ‘destroçado’, diz colunista

Pessoas próximas temem que ex-ministro caia em depressão e que consequências possam ser ainda maiores do que só perder o cargo no governo

7 set 2024 - 15h57
(atualizado às 17h56)
Amigos relatam que Silvio Almeida está ‘destroçado’, diz colunista
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Amigos do ex-ministro Silvio Almeida relataram que ele sem forças e “destroçado”, após ser denunciado por assédio sexual e demitido da pasta de Direitos Humanos, nesta sexta-feira, 6. De acordo com a colunista da Folha de S. Paulo, Mônica Bergamo, pessoas próximas temem por seu futuro. 

No comunicado do Governo Federal sobre a demissão de Silvio Almeida foi informado que a Polícia Federal abriu de ofício um protocolo inicial de investigação sobre o caso. A Comissão de Ética Pública da Presidência da República também abriu procedimento preliminar para esclarecer os fatos.

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O ex-ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida
O ex-ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida
Foto: Daniel Teixeira/Estadão / Estadão

O site aponta que Almeida chorou ao conversar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e também se mostrou triste em conversas com pessoas de seu círculo íntimo, que têm dado apoio desde que a denúncia veio à tona. O ex-ministro segue negando as acusações, mesmo em diálogos privados. 

O ex-ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
Foto: Ricardo Stuckert/Presidencia da Republica / Estadão

O medo é que isso o leve à depressão, além das consequências que podem ser ainda maiores do que só perder o cargo no governo. Sua reputação dentro dos direitos humanos está abalada, segundo a coluna. 

Almeida é filósofo e advogado, formado na Universidade de São Paulo (USP) e  Universidade Mackenzie, respectivamente, e também atua como professor universitário. Além das aulas, ele também palestra sobre racismo, área na qual é considerado um dos especialistas do país. 

O ex-ministro se programava para concorrer ao Senado por São Paulo, mas com o escândalo envolvendo seu nome, seus planos foram por água abaixo. 

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Pessoas das áreas de direito, política e educação, que convivem com Almeida relataram opiniões divergentes sobre as denúncias. Alguns acreditam nas vítimas e lamentam que o ex-chefe da pasta tenha feito algo tão grave, e outros relaram dúvidas sobre o que ocorreu. 

Ao mesmo tempo em que creem que a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e outras mulheres não inventariam algo de tamanha gravidade, mas querem ter mais informações a respeito das acusações para chegar a uma conclusão.

Há também quem acredite em Almeida, justamente por ter convivido com ele por anos, e acreditam que está sendo vítima de racismo e de um complô.

Denúncias contra Silvio Almeida

Em comunicado, divulgado na quinta-feira, 5, o Me Too Brasil afirmou que as vítimas permitiram a divulgação das denúncias e receberam atendimento jurídico e psicológico.

“A organização de defesa das mulheres vítimas de violência sexual, Me Too Brasil, confirma, com o consentimento das vítimas, que recebeu denúncias de assédio sexual contra o ministro Silvio Almeida, dos Direitos Humanos. Elas foram atendidas por meio dos canais de atendimento da organização e receberam acolhimento psicológico e jurídico”, escreveu em nota. 

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Ainda segundo a organização, as vítimas “enfrentaram dificuldades em obter apoio institucional para a validação de suas denúncias. Diante disso, autorizaram a confirmação do caso para a imprensa”.

Com o caso vindo à público, a professora Isabel Rodrigues, também candidata à vereadora em Santo André (SP), afirmou ser uma das vítimas de Silvio Almeida, que era seu amigo. Segundo seu relato, publicado no Instagram, o assédio aconteceu em 2019, quando estavam em um almoço. 

Candidata a vereadora em SP afirma ter sido vítima de assédio por Silvio Almeida: 'Colocou as mãos nas minhas partes íntimas'
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"Eu estava de saia, ele levantou a saia e colocou as mãos nas minhas partes íntimas. Eu fiquei estarrecida, fiquei com vergonha das pessoas, porque é assim que as vítimas se sentem, as vitimas ficam com vergonha e esse caso teve muitos retornos na minha vida. Demorou pra eu entender que eu estava sendo vítima de violência sexual", relatou.

A ministra Anielle Franco, da Igualdade Racial, pode ter sido outra vítima. Isso porque ela teria relatado a integrantes do governo que foi assediada sexualmente por Almeida, segundo Bergamo. A colunista conta que soube da situação e buscou por Anielle em junho. Porém, a ministra não confirmou nem negou o episódio na época. Ainda de acordo com a coluna, fontes informaram que a ministra não queria transformar o caso em um escândalo público.

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Até que nesta quinta-feira o portal Metrópoles relatou o caso, afirmando ter conversado com 14 pessoas próximas de Anielle Franco – incluindo ministros, assessores de governo e amigos. 

Nessas conversas foi compartilhado que os supostos episódios de assédio a Anielle incluiriam toques nas pernas, beijos inapropriados ao cumprimentá-la e, também, falas com conteúdo sexual. As situações teriam ocorrido no ano passado.

Anielle se pronunciou

Anielle Franco se pronunciou nesta sexta, 6. "Tentativas de culpabilizar, desqualificar, constranger, ou pressionar vítimas a falar em momentos de dor e vulnerabilidade também não cabem, pois só alimentam o ciclo de violência. Peço que respeitem meu espaço e meu direito à privacidade. Contribuirei com as apurações, sempre que acionada", escreveu Anielle, na nota pública que foi divulgada em suas redes sociais.

Movimentos negros apoiam ministra Anielle Franco em meio às denúncias de assédio contra Silvio Almeida
Foto: Reprodução: Instagram/aniellefranco

Sem citar o nome de Silvio Almeida, nem expressar ter sido uma das vítimas do agora ex-ministro, Anielle falou sobre sua trajetória, onde desde 2018 diz dedicar sua vida "para que todas as mulheres e pessoas negras possam estar em qualquer lugar sem serem interrompidas". Além disso, afirmou que o "enfrentamento a toda e qualquer prática de violência é um compromisso permanente deste governo".

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No comunicado do Governo Federal sobre a demissão de Silvio Almeida foi informado que a Polícia Federal abriu de ofício um protocolo inicial de investigação sobre o caso. A Comissão de Ética Pública da Presidência da República também abriu procedimento preliminar para esclarecer os fatos.

Ministro nega as acusações

Por meio de nota oficial, Silvio Almeida negou as acusações e afirmou que as denúncias não têm provas. Ele também explicou que encaminhará o caso para que uma "apuração cuidadosa" seja feita.

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“Repudio com absoluta veemência as mentiras que estão sendo assacadas contra mim. [...] Toda e qualquer denúncia deve ter materialidade. Entretanto, o que percebo são ilações absurdas com o único intuito de me prejudicar, apagar nossas lutas e histórias, e bloquear o nosso futuro. [...] Toda e qualquer denúncia deve ser investigada com todo o rigor da Lei, mas para tanto é preciso que os fatos sejam expostos para serem apurados e processados. E não apenas baseados em mentiras, sem provas. Encaminharei ofícios para Controladoria-Geral da União, ao Ministério da Justiça e Segurança Pública e Procuradoria-Geral da República para que façam uma apuração cuidadosa do caso [...]”, escreveu.

Além disso, Silvio Almeida acionou a Justiça para que a ONG Me Too Brasil preste esclarecimentos sobre as denúncias de assédio que recebeu contra ele. Ele pede detalhes sobre as provas e evidências colhidas em torno dos casos relatados. 

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Anielle Franco se pronuncia após demissão de Silvio Almeida envolvido em denúncias de assédio sexual
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Fonte: Redação Terra
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