A ministra Anielle Franco, da Igualdade Racial, teria relatado a integrantes do governo que foi assediada sexualmente por Silvio Almeida, chefe da pasta de Direitos Humanos. A informação é da colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo, e foi divulgada nesta quinta-feira, 5, após a organização Me Too confirmar ter recebido denúncias contra o ministro. Ele nega as acusações.
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Bergamo conta que a coluna soube da situação e buscou por Anielle em junho. Porém, a ministra não confirmou nem negou o episódio na época. Ainda de acordo com a coluna, fontes informaram que a ministra não queria transformar o caso em um escândalo público.
Até que nesta quinta-feira o portal Metrópoles relatou o caso, afirmando ter conversado com 14 pessoas próximas de Anielle Franco – incluindo ministros, assessores de governo e amigos.
Nessas conversas foi compartilhado que os supostos episódios de assédio a Anielle incluiriam toques nas pernas, beijos inapropriados ao cumprimentá-la e, também, falas com conteúdo sexual. As situações teriam ocorrido no ano passado.
Até o momento, Anielle não se pronunciou. O Terra acionou a assessoria da ministra em busca de um posicionamento, mas ainda não obteve retorno. O espaço segue aberto.
Denúncia
A organização Me Too - que apoia vítimas de violência sexual - confirmou nesta quinta-feira, 5, que recebeu denúncias de assédio sexual contra ministro Sílvio Almeida. Em comunicado, o grupo afirmou que as vítimas permitiram a divulgação das denúncias e receberam atendimento jurídico e psicológico.
“A organização de defesa das mulheres vítimas de violência sexual, Me Too Brasil, confirma, com o consentimento das vítimas, que recebeu denúncias de assédio sexual contra o ministro Silvio Almeida, dos Direitos Humanos. Elas foram atendidas por meio dos canais de atendimento da organização e receberam acolhimento psicológico e jurídico”, escreveu em nota.
Ainda segundo a organização, as vítimas “enfrentaram dificuldades em obter apoio institucional para a validação de suas denúncias. Diante disso, autorizaram a confirmação do caso para a imprensa”.
Ministro nega
Por meio de nota oficial, Silvio Almeida negou as acusações e afirmou que as denúncias não têm provas. Ele também explicou que encaminhará o caso para que uma "apuração cuidadosa" seja feita.
“Repudio com absoluta veemência as mentiras que estão sendo assacadas contra mim. [...] Toda e qualquer denúncia deve ter materialidade. Entretanto, o que percebo são ilações absurdas com o único intuito de me prejudicar, apagar nossas lutas e histórias, e bloquear o nosso futuro. [...] Toda e qualquer denúncia deve ser investigada com todo o rigor da Lei, mas para tanto é preciso que os fatos sejam expostos para serem apurados e processados. E não apenas baseados em mentiras, sem provas. Encaminharei ofícios para Controladoria-Geral da União, ao Ministério da Justiça e Segurança Pública e Procuradoria-Geral da República para que façam uma apuração cuidadosa do caso [...]”, escreveu.