Após Leila Pereira, jogadoras se pronunciam sobre casos de Daniel Alves e Robinho: "Inadmissível"

"Só conseguia sentir raiva. É inaceitável o cara pagar para ter o direito de estuprar uma mulher"; disse Ary Borges, sobre Daniel Alves

22 mar 2024 - 14h45
Resumo
Após um pronunciamento de Leila Pereira, presidente do Palmeiras, sobre os casos de Daniel Alves e Robinho, condenados por estupro, jogadoras de futebol feminino também se pronunciaram nas redes sociais.
Daniel Alves e Robinho foram condenados por estupro pela Justiça espanhola e italiana, respectivamente
Daniel Alves e Robinho foram condenados por estupro pela Justiça espanhola e italiana, respectivamente
Foto: Reprodução: Instagram/danialves

Após Leila Pereira, presidente do Palmeiras, se manifestar sobre os casos de Daniel Alves e Robinho, condenados por estupro pela Justiça espanhola e italiana, respectivamente, jogadoras do futebol feminino também se pronunciaram.

Ary Borges e Kerolin, atletas da seleção, usaram as redes sociais na última quinta-feira, 21 para desabafar. "Leila Pereira, gigante, como mulher se posicionou e digo mais, mostrou como pessoas que tem voz, espaço, influência poderiam se posicionar. Até quando só mulheres? Até quando mulheres irão continuar sofrendo esses e outros tipos de crimes e as pessoas que cometem sairão ilesas?", escreveu Kerolin.

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De passagem pela Inglaterra como chefe de delegação da Seleção Brasileira na Europa, Leila foi questionada se a equipe comenta sobre as condenações de Daniel Alves e Robinho.

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"Ninguém fala nada, mas eu, como mulher aqui na chefia da delegação, tenho que me posicionar sobre os casos do Robinho e Daniel Alves. Isso é um tapa na cara de todas nós mulheres, especialmente o caso do Daniel Alves, que pagou pela liberdade. Acho importante eu me posicionar. Cada caso de impunidade é a semente do crime seguinte", disse ela.

"Leila mostrou que é isso que pessoas em posições de impacto precisam fazer. Mas será que até quando apenas mulheres vão continuar se expondo, sozinhas, a repudiar situações como essa, ou no caso, crime como estes?", perguntou Ary nas redes sociais.

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"Estava evitando falar porque só conseguia sentir raiva. Mas é inaceitável o cara pagar para ter o direito de estuprar uma mulher. Ele não pagou por sua liberdade ou porque se arrependeu do que fez ou para provar sua inocência. É inadmissível", completou a jogadora.

Kerolin e Ary são vozes ativas na luta pelos direitos das mulheres no futebol e passaram pelo Palmeiras.

Daniel Alves e Robinho

Daniel Alves foi condenado a quatro anos e seis meses de prisão pela Justiça espanhola por estuprar uma jovem em uma boate. Na última quarta-feira, 20, a Justiça aceitou o pedido de liberdade provisória da defesa sob fiança de 1 milhão de euros, cerca de R$ 5,45 milhões. O ex-jogador está preso desde janeiro de 2023.

Condenado a nove anos de prisão pela Justiça da Itália, Robinho foi denunciado por estuprar uma jovem em uma boate de Milão, em 2013. A última instância saiu em 2022, mas o ex-jogador não foi preso por não estar na Itália desde 2014. O Brasil não extradita brasileiros natos, por isso, a Justiça da Itália pediu que Robinho cumprisse a pena no Brasil, o que foi aceito pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

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Fonte: Redação Nós
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