App de transporte é condenado a pagar indenização após motorista se negar a levar indígena com grafismos

O caso aconteceu em 2021. Na ocasião, Tel Guajajara estava com os grafismos de sua etnia e o motorista alegou que sujaria o carro

30 ago 2024 - 11h58
Nas redes sociais, Tel agradeceu o apoio e compartilhou mensagens de carinho
Nas redes sociais, Tel agradeceu o apoio e compartilhou mensagens de carinho
Foto: Reprodução: Instagram/tel.guajajara

Uma empresa de transporte por aplicativo foi condenada a pagar R$ 15 mil em indenização a Tel Guajajara, 24 anos, em virtude de um episódio de racismo ocorrido em Belém, no Pará. Em 2021, quando Tel solicitou um carro pela plataforma, o motorista, ao notar os grafismos étnicos do passageiro, se recusou a levá-lo, alegando que ele poderia sujar o veículo e afirmando que não transportaria “índio”, segundo o jornal O Liberal.

Na época, Tel entrou com uma ação contra a empresa, reivindicando R$ 30 mil em compensação pelo ocorrido. No ano seguinte, o processo foi iniciado e a empresa foi condenada a pagar R$ 15 mil por danos morais.

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Quem são os Guajajara, um dos maiores povos indígenas do Brasil Quem são os Guajajara, um dos maiores povos indígenas do Brasil

Segundo o jornal O Liberal, o advogado de Tel informou que a empresa recorreu da decisão inicial, argumentando que não era responsável pelas ações do motorista. Além disso, a empresa disse ter bloqueado o motorista na plataforma e fornecido apoio a Tel para resolver a situação.

No entanto, no dia 7 de agosto, foi realizado o julgamento do recurso, que foi rejeitado, mantendo a sentença original. 

O advogado de Tel também revelou que a empresa apresentou um recurso para esclarecer dúvidas sobre a decisão, mas é provável que a sentença original seja mantida. 

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Apoio nas redes sociais

Após compartilhar a notícia em seu perfil do Instagram, Tel repostou as mensagens de apoio que tem recebido de amigos e seguidores. “A justiça será feita”, escreveu ele. “Para que nunca mais se repita”, disse um seguidor.

Tel ainda compartilhou prints de comentários contra a condenação. Um internauta comentou que a decisão se tratava de “vitimismo e lacração”, comentário que foi refutado por ele. “Silêncio, tem gente se doendo”, escreveu o jovem.

“Prefiro não olhar os comentários fúteis e patéticos. Aos que estão se doendo, triste dia, racistas!”, acrescentou, agradecendo pela solidariedade.

Fonte: Redação Nós
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