Na última sexta-feira, 5, o corpo da atriz venezuelana Julieta Inés Hernández Martínez, que estava desaparecida desde o dia 23 de dezembro, foram encontrados em uma área de mata do município de Presidente Figueiredo, a 117 quilômetros de Manaus, no Amazonas.
Um casal foi preso por suspeita por envolvimento no assassinato. O crime gerou reações de revolta em parte da classe artística.
"Sim, ela foi assassinada na Amazônia brasileira, violada, e teve seu corpo cruelmente incendiado em vida. Mulher, palhaça, artista venezuelana. Pessoa livre a rodar a América Latina em sua bicicleta, confiando no bom senso e na bondade do ser humano. Não mais. E por quê? Por ser mulher", começa a legenda da publicação compartilhada pelo cantor e compositor Chico César, neste domingo, 7.
"A cultura do feminicídio é isso, nossa cultura. Vejo nela muitas amigas minhas, pessoas que amo e admiro, cruzo pelo mundo. Mas não sei como proteger nesse mundo hostil a liberdade das mulheres. Até sempre, Julieta", termina o texto, que foi compartilhado pela jornalista e apresentadora Renata Ceribelli.
"Quanto ódio…e a menina, uma artista circense vivia viajando em sua bicicleta só para levar alegria para as crianças e adultos", completou Renata.
A jornalista e comentarista esportiva Ana Thaís Matos comentou: "É desesperador ser mulher no Brasil". "É assustador demais", pontuou a escritora Cris Pàz (ex-Guerra). "Arrasada com essa história", disse a roterista Renata Corrêa.
"Uma dor e muita revolta! Ser mulher nesse país é viver todo tempo na mira e se sentir preza fácil pra todo tipo de violência! Jujuba uma mulher livre, vivendo seu sonho, sem pedir nada a ninguém, só emanava amor, arte e muito amor por onde passava… Nós morremos todas um pouco com ela", comentou a cantora Riáh.
Julieta Hernández se definia nas redes sociais como "migrante nômade, palhaça e bonequeira cicloviajante". A artista compartilhava registros de suas viagens e um pouco do seu trabalho como palhaça.