Ao menos duas pessoas morreram e 21 ficaram feridas em um ataque a tiros em um bar LGBT+ no centro de Oslo, capital da Noruega, na noite desta sexta-feira, 24. Segundo a polícia norueguesa, um suspeito de 42 anos foi preso. O homem, de origem iraniana, é conhecido dos serviços de inteligência internos, também encarregados do antiterrorismo, informou a polícia de Oslo. Acredita-se que ele agiu sozinho.
"Ele é suspeito de homicídio, tentativa de homicídio e também ato terrorista", disse o policial, Christian Hatlo, em entrevista coletiva.
A cena do crime se espalhou do London Pub, uma boate LGBT+ popular no centro da cidade, até um clube vizinho e uma rua próxima, onde o suspeito foi detido minutos depois dos disparos.
"Eu vi um homem chegar com uma bolsa, ele pegou uma arma e começou a atirar", relatou o jornalista da NRK Olav Roenneberg ao site de notícias da emissora.
O ataque acontece na véspera da parada anual do Orgulho LGBT da capital norueguesa, prevista para este sábado, 25. Há anos, o London Pub é um local onde as festas de celebração LGBT+ acontecem.
A Noruega tem algumas das leis de maior proteção a LGBTs da Europa. No início deste ano, a lei que descriminalizou as relações entre homens do mesmo sexo completou 50 anos.
O primeiro-ministro Jonas Gahr Store aproveitou a data para se desculpou formalmente pelo tratamento homofóbico dado no passado à comunidade. "Peço desculpas pelo fato de as autoridades norueguesas terem transmitido, por meio de legislação e também de uma série de outras práticas discriminatórias, que o amor gay não era aceitável", disse ele.
Ataques a tiros são relativamente raros na Europa Ocidental, mas há 11 anos um norueguês matou 77 pessoas ao detonar uma bomba do lado de fora do gabinete do primeiro-ministro e abrir fogo em um acampamento de verão para jovens, organizado pelo Partido Trabalhista, de esquerda. Desde então, os legisladores noruegueses proibiram armas semiautomáticas, o tipo de arma de fogo usado no ataque. /AFP, REUTERS, W.P.