Na noite de quarta-feira (6) a cantora Luísa Sonza compartilhou através das suas redes sociais uma retratação formal e pediu desculpas após responder na Justiça acusações de racismo e danos morais. Logo após a postagem, páginas de ativismo negro e militantes das pautas raciais epercutiram o pedido de desculpas da artista pontuando o que consideram equívocos por parte da artista.
No texto, Luísa reconhece que a maneira com que se dirigiu a vítima traduz um ato de reprodução do racismo estrutural. Confira abaixo:
— LUÍSA SONZA 👅 (@luisasonza) October 5, 2022
O pedido de desculpas e retratação de Luísa ocorreram após uma ação de danos morais aberta em 2019 contra a cantora e a Pousada Zé Maria. Em 2018, a advogada Isabel Macedo alegou ter sido vítima de racismo por parte da cantora. Segundo consta no processo, a advogada foi passar férias em Fernando de Noronha e, enquanto assistia a um show de Sonza durante um festival gastronômico na pousada, a artista ordenou que lhe trouxesse um copo de água.
A influenciadora, rapper e escritora Preta Rara é uma das ativistas que opinaram sobre a retratação da cantora pop.
“Quer se desculpar @luisasonza ? Solta a grana para adiantar a vida de algumas pessoas pretas. Paga faculdade, facilite com grana o negócio de algum Afroempreendedores.
Desculpa não vai mudar a vida de nenhuma pessoa preta. A gente vai continuar sendo confundido com bandido ou empregada. Solta a grana”, escreveu em um comentário.
No Twitter, o ativista e comunicador Jonas Di Andrade se posicionou e explicou o termo “racismo estrutural” utilizado pela Luísa no pedido de desculpas. “Antes de mais nada quero dizer que a branquitude tem distorcido esse conceito para se livrar da culpa do racismo”.
Luísa Sonza publicou um texto se retratando de um ação racista que praticou e justificou, no meio dele, com a seguinte frase "Ato de reprodução do racismo estrutural”. Antes de mais nada quero dizer que a branquitude tem distorcido esse conceito pra se livrar da culpa do racismo.
— Jonas Di Andrade (@jonasdiandrade) October 6, 2022
“Primeiro que pessoas brancas não reproduzem racismo, elas produzem”, completou Jonas.
Outro internauta tuitou que “não existe prática ou reprodução de racismo estrutural. Racismo estrutural é sobre os pilares que sustema uma sociedade tendo o racismo em suas bases. Não tem a ver com ato”.
Racismo é crime. Saiba como denunciar 👇
Racismo é crime, com pena prevista de até 5 anos de prisão. Ao presenciar qualquer episódio de racismo, denuncie. Você pode fazer isso por telefone, ligando 190 (em caso de flagrante) ou 100 a qualquer horário; pessoalmente ou online, abrindo um boletim de ocorrência em qualquer delegacia ou em delegacias especializadas.
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