Atleta indígena brasileira denuncia apreensão de seu cocar na imigração dos EUA: "Identidade ferida"

Nanda Baniwa faz parte da delegação brasileira de canoagem e viajou para o Havaí para competir

15 ago 2024 - 15h36
(atualizado às 15h40)
Nanda Baniwa faz parte da delegação brasileira de canoagem e viajou para o Havaí para competir no Mundial de Va’a
Nanda Baniwa faz parte da delegação brasileira de canoagem e viajou para o Havaí para competir no Mundial de Va’a
Foto: Reprodução/Instagram/@nanda_baniwa

A atleta indígena Nanda Baniwa relatou que teve seu cocar apreendido quando passou pela imigração dos Estados Unidos. Ela faz parte da delegação brasileira de canoagem e viajou para o Havaí para competir no Campeonato Mundial de Canoa Havaiana, também conhecido como Va’a, um prestigiado evento internacional da modalidade.

No Instagram, Nanda Baniwa, que é a única indígena da delegação, postou um desabafo falando sobre a situação. Ela afirmou ter sofrido discriminação por parte dos funcionários do aeroporto.

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Nanda contou que o cocar tem significado especial para ela, sendo uma parte importante de sua identidade e de sua luta como mulher indígena. Ela destacou que a verdadeira tristeza não vem da perda de um item no qual ela gastou dinheiro, mas do valor que ele carrega.

“Antes de tudo, foi o meu primeiro cocar. Primeiro, a luta já tinha sido grande para conseguir o visto depois do tratamento horrível que tive na primeira entrevista e agora um outro tratamento que fere tudo aquilo que tanto lutamos. Os meus direitos, luta, identidade e a minha cultura foram feridas naquele momento”, escreveu.

Atleta indígena brasileira teve o cocar apreendido na imigração dos EUA
Foto: Reprodução/Instagram/@nanda_baniwa

“Meu cocar é meu grande aliado nas minhas lutas, faz parte de mim, e desde a origem de tudo nos pertence, e é assim para todos os povos originários”, acrescentou.

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Nanda explicou na postagem que ela e sua equipe estavam mantendo a calma e agindo da forma mais pacífica possível, pois o principal objetivo era conseguir embarcar no voo a tempo. A atleta disse ainda que parecia que o funcionário estava tentando prejudicá-las.

Segundo o relato, o funcionário pediu a comprovação de que Nanda fosse indígena, mencionando que ela não poderia ficar com o item devido às leis de proteção ambiental dos Estados Unidos. 

“Eu me vi lesada e incrédula pois se vamos falar sobre isso queria saber quanto o povo deles lutam por aquilo? Quanto de direito eles têm para falar para nós sobre preservação? Mas sabendo que sei bem que o país é o mesmo que possui números absurdos de morte de pessoas por racismo e que a degradação ao meio ambiente é a maior, poderia imaginar”.

Fonte: Redação Nós
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